Em Aracaju, pastor ameaça queimar cristão eleitor de Lula

“O pastor falou que se o candidato Lula fosse eleito e fossem queimar as igrejas, ele ia mandar queimar primeiro quem votou nele”. Essa grave afirmação foi feita por um evangélico residente em Aracaju à BBC News Brasil, numa ampla reportagem reproduzida, nesta quarta-feira (19), pelo portal de notícias UOL. Com o título Eleições 2022: ‘Perseguição contra cristãos já começou no Brasil. Só que dentro da igreja’, a matéria assinada por Ricardo Senra revela que os pastores abandonaram a Bíblia para falar de comunismo. O cristão Alisson Santos contou ter sido expulso junto à esposa da igreja evangélica que frequentava na capital sergipana desde 2019.

Alisson revelou à BBC News Brasil que até o início de outubro, ele e a mulher trabalhavam como evangelizadores de jovens no templo. Segundo a reportagem, o apoio de pastores ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados sempre existiu, mas se intensificou no segundo semestre, quando um dos pastores se candidatou a deputado estadual. “A partir daí, em todas as reuniões a gente tinha que orar por esse pré-candidato e fazia reuniões para falar sobre isso”, contou Alisson. “Diziam que Bolsonaro é o único candidato que defende a liberdade religiosa, o único que vai manter igrejas abertas. E que, se Lula for eleito, ele vai fechar as igrejas, queimar as igrejas”.

O jovem aracajuano afirmou ao reporter Ricardo Senra que as ameaças dos pastores são feitas “durante a Palavra”. Segundo Alisson, o tom violento adotado em alguns cultos contradiz o propósito dos templos religiosos. O evangélico perseguido disse ainda ter visto fiéis sendo expostos no altar por discordarem dos candidatos apoiados pela igreja. “Ele (o pastor), antes do culto, procurou pessoas para perguntar em quem elas votariam. Algumas disseram que ia votar num candidato diferente do dele. Na hora do culto, ele usou essas pessoas como exemplo do que não fazer”, denunciou.

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