Polícia baculeja imóvel de um “laranja” de Valdevan

Polícia Civil de São Paulo cumpriu, nesta sexta-feira (11), mais um mandado de busca e apreensão em Sergipe. Agora, o alvo foi num imóvel localizado na cidade sergipana de Umbaúba e pertencente a um suposto “laranja” do ex-deputado federal Valdevan Noventa (PL). No local foram encontrados documentos de cavalos de raça avaliados em R$ 2 milhões. Parte da papelada dos animais estava escondida na fossa séptica da residência simples.

Casa de suposto “laranja”  de Valdevan, em Umbaúba, sendo vasculhada pelos policiais

Esta nova fase da “Operação Chapelier” visou prosseguir com as investigações em torno de um suposto desvio de recursos no Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (SindMotoristas), quando o ex-parlamentar era presidente. Um dos responsáveis pela operação, o delegado Roberto Monteiro, da Polícia paulista, não tem dúvida que está investigando uma poderosa organização criminosa. Ele afirma que as investigações já possuem relatório técnico de desvios de vultosas quantias, que passam de R$ 30 milhões anuais, apenas de um alvo.

Casa com as cores de Valdevan

De acordo com o delegado Fonseca Junior, coordenador operacional do Central Especial de Repressão ao Crime Organizado (Cerco), esta nova etapa da operação identificou documentações que apontavam um homem como laranja de Valdevan Noventa. “Entre elas uma conta de energia que identificou a casa que ele tinha na Praia do Saco, em Estância (SE). O imóvel ocupa um quarteirão e é pintada nas cores de Valdevan, o verde e branco, mas a conta estava no nome do provável laranja”, detalhou o policial.

Os policiais civis de São Paulo também encontraram o imóvel onde o suposto laranja mora em Umbaúba: “Começamos a procurar as informações e levantamos a casa bem mais simples que ele reside. Neste endereço o investigado foram encontrados documentos e um troféu de corrida de cavalo. E localizamos também documentação de compra e venda de veículos, além de um notebook, escondido atrás de pedras, com toda a documentação do Haras 90 [pertencente ao ex-deputado], inclusive documentos de compra de cavalos. Animais, que de acordo com o mostruário do leilão, avaliados em R$ 1,8 milhão, R$ 250 mil”, informou o delegado.

Carros e relógios de luxo

Ação dos policiais no interior do imóvel pertencente ao suposto laranja de Valdevan

Nas duas buscas e apreensões realizadas, há meses, no Haras 90, pertencente a Valdevan, a Polícia apreendeu 52 cavalos de raça, relógios de luxo, carros sem registro e 160 cestas básicas. Segundo os policiais paulistas, o ex-deputado teria colocado 20 imóveis seus em nome de “laranjas”. De acordo com o delegado Fábio Darelli, o objetivo da operação é a coleta de novas provas do desvio de recursos. “A ideia é colher mais elementos para comprovar essa organização criminosa que tomou conta do Sindicato”, detalhou.

Valdevan divulga nota

A assessoria de imprensa do ex-deputado Valdevan Noventa informou que “mais um mandado de busca e apreensão foi realizado na manhã desta sexta-feira, dia 11. Desta vez, apreendendo apenas documentos referentes aos registros dos cavalos, alguns destes que já foram apreendidos, outros vendidos ou falecidos.

Valdevan Noventa lamenta as exaustivas e sucessivas ações policiais, entendendo que as mesmas ações poderiam se resumir em apenas uma única busca. Ainda, segundo Noventa, causa estranheza, que todas as ações policiais são previamente pautadas aos veículos de imprensa, o que sinaliza supostas tentativas para fragilizar a sua imagem ou desviar as atenções da mídia todas as vezes que a imprensa paulistana coloca em pauta o orçamento do Transporte Público de São Paulo.

Valdevan Noventa também lamenta que as ações estejam sendo estendidas aos amigos e pessoas que tiveram ou têm proximidades com ele. No mais, Valdevan respeita e se coloca à disposição das autoridades para quaisquer atos que se fizerem necessários ao inquérito policial. Oportunamente assim que o inquérito for concluído, sua defesa será apresentadas aos autos e aos veículos de comunicação”, conclui a nota.

Fonte e foto: Ascom/SSP-SE