Dezembro chegou e, com ele, mais uma campanha de prevenção, desta vez à Aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). Embora o Boletim Epidemiológico de HIV/Aids divulgado no último dia 1°, pelo Ministério da Saúde, tenha apresentado queda no número de infecções por HIV entre os anos de 2019 e 2021 (em 2021 foram registrados 40.880 casos e este ano, de janeiro a junho, 16.703), é preciso estar atento com relação ao assunto.
De acordo com o médico urologista Rodrigo Tonin, tem crescido nos consultórios onde ele trabalha o número de pessoas apresentando ISTs como clamídia, gonorreia e cancro, mas principalmente sífilis. “Temos percebido um aumento considerável de casos de sífilis e isso tem nos preocupado bastante, porque é uma doença que requer exame e tratamento minuciosos, porque pode evoluir para quadros mais graves. Infelizmente, isso nos faz entender que as pessoas têm se protegido menos nas relações sexuais”, lamenta o urologista.
Mais de 1,7 mil casos em Sergipe
E a preocupação de Rodrigo Tonin é explicitada no Número Especial – Outubro 2022, do Boletim Epidemiológico sobre a Sífilis, documento publicado pelo Ministério da Saúde. De acordo com o levantamento, em 2021 o Brasil registrou 167.523 casos de sífilis adquirida. Em Sergipe, esse número foi de 1.793. De janeiro a junho de 2022, o Brasil registrou 79.568 novas infecções, e Sergipe, 898.
Rodrigo Tonin explica que a sífilis é uma IST causada pela bactéria Treponema pallidum e, se não tratada precoce e adequadamente, pode comprometer vários órgãos do corpo humano, incluindo o cérebro e o sistema nervoso, com risco de provocar, inclusive, a morte do indivíduo.
A doença tem um tempo de incubação que varia entre dez e 90 dias. Porém, na chamada sífilis terciária, os sintomas podem surgir entre dois e 40 anos após o início da infecção. Dentre os sintomas clássicos da sífilis estão manchas pelo corpo (que não coçam), mal-estar, dor de cabeça, ínguas – especialmente na região da virilha – e úlceras (feridas) genitais.
“IST no homem é um assunto que o urologista trata com muita frequência e as mais comuns são as uretrites, inflamações da uretra que geralmente causam ardor ao urinar e saída de secreção pelo canal, e as úlceras genitais, que são feridas normalmente dolorosas. Assim que o homem perceber alguma ferida genital, crescimento de íngua na virilha e secreção peniana, principalmente após uma relação sexual desprotegida, deve buscar urgentemente o acompanhamento de um urologista”, alerta Rodrigo Tonin.
Fonte e foto: Assessoria