Banhistas que frequentam a praia do Mosqueiro, na zona sul de Aracaju, se depararam com um fardo de borracha largado na areia. Segundo o professor Allysson Ferreira, ele ecaminhava com o pai quando enxergaram o objeto estranho: “Estava enrolado com uma espécie de plástico ou borracha e repleta de mariscos. Pelo estado, devia estar dentro d’água ha muito tempo”, afirmou o educador. No ano passado, algo em torno de 200 fardos idênticos ao localizado nessa sexta-feira (9) apareceram no litoral de Sergipe, particularmente nas praias dos municípios de Barra dos Coqueiros, Estância, Itaporanga D’Ajuda, Pirambu, Pacatuba e Aracaju.
O fardo de borracha localizado na paia do Mosqueiro é semelhante a outros que vêm surgindo desde 2018 na costa brasileira e teriam origem em navios nazistas afundados no litoral nos últimos da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). O pesquisador Carlos Teixeira, do Instituto de Ciências do Mar, da Universidade Federal do Ceará, participa de um estudo que analisa o surgimento destes fardo por diversas regiões do país.
“Essa carga é um fardo, como se fosse uma massa folhada de borrachada. Essa era a forma em que a borracha era transportada na Segunda Guerra Mundial”, explica Teixeira. Apesar do naufrágio ter acontecido há quilômetros de distância da costa, a densidade baixa do material permite com que ele vá boiando até a terra firme, mesmo com o passar dos anos. Os fardos pertenciam ao navio alemão SS Rio Grande, afundado pelas tropas americanas em 1944, a cerca de 800 quilômetros de Recife.
Foto: Allysson Ferreira