Afastado do cargo por decidão judicial, o prefeito de Canindé do São Francisco, Weldo Mariano de Souza (PT), não foi o primeiro a sofrer tal punição. Anteriormente, a Justiça já havia decretado três intervenções naquele município do sertão sergipano, afastatando as gestoras municipais Hortência Carvalho, em 1995, Rosa Maria Feitosa, em 2001, e o prefeito Ednaldo da Farmácia, em 2020. Os três foram afastados para que fossem apuradas irregularidades administrativas denunciadas pelo Ministério Público Estadual. Pela decisão, Weldo ficará fora da Prefeitura por 60 dias, devendo uma comissão de técnicos fazer um “pente fino” na administração.
Tal qual aconteceu com Hortência, Rosa e Ednaldo, a gestão de Weldo Mariano de Souza está sendo acusada pelo Ministério Público de praticar uma série de irregularidades, “algumas configurando, por vezes, possíveis atos de improbidade administrativa”, escreve nos autos do processo o juiz de Direito Paulo Roberto Fonseca Barbosa. Na decisão afastando o prefeito por dois meses, o magistrado revela que na denúncia apresentada pelo MPE “verifica-se a indicação de pessoas incapacitadas para o trato da coisa pública”
Em um dos trechos da decisão, o magistrado ressalta que o Ministério Público informa sobre a “desordem” que atinge o âmbito financeiro da administração municipal, “haja vista que, apesar de o Município possuir receita elevada, é constante o atraso no pagamento de fornecedores e servidores públicos. Também apontou omissões do requerido em cumprir decisões judiciais”. E o magistrado prossegue afirmando que, mesmo ciente de toda a problemática narrada, o prefeito Weldo Mariano pouco fez para evitar os danos causados à população canindeense, “o que pode constituir eventual conduta ímproba, vedada pela legislação vigente”.
Prefeito se defende
Numa curta nota, divulgada logo após tomar conhecimento que tinha sido afastado do cargo, o prefeito de Canindé informou que “foi surpreendido com a divulgação de uma decisão liminar concedida em seu desfavor, onde supostamente foi determinado seu afastamento das funções administrativas, financeiras e decisórias inerentes ao cargo de Prefeito”. Weldo Mariano prossegue informando que irá analisar os fundamentos da decisão judicial “e defender-se no processo, onde demonstrará que sua atuação sempre foi pautada na obediência aos princípios constitucionais e que desde que assumiu a Prefeitura Municipal tem adotado as medidas necessárias para melhorar a situação de Canindé de São Francisco, que há anos sofre com os mais variados problemas em diversas áreas”, concluiu.
Leia aqui a decisão judicial afastando o prefeito de Canindé
Por Adiberto de Souza