Anarriê, o curta-metragem sergipano que mostra os preparativos para a apresentação da quadrilha junina “Pioneiros da roça” em São Cristóvão (SE) e conquistou os prêmios de Melhor Filme e Melhor Figurino no 16º Festival Taquary (PE), onde foi exibido pela primeira vez, está pronto para sua estreia internacional nos Estados Unidos e na Argentina. O trailer do curta pode ser acessado no YouTube.
Selecionado para o Seattle Trans Film Festival, a produção terá sessões presenciais em cinemas de Seattle e será exibido virtualmente entre os dias 04 e 07 de maio em todo o território norte-americano. Já na Argentina, a apresentação será durante o Festival Internacional de Cine LGBTQIA+ – Amor es amor, na cidade de La Rioja, entre os dias 17 e 19 de maio.
O curta, dirigido e roteirizado por Neto Astério, egresso do curso de Cinema e Audiovisual pela UFS e membro da produtora audiovisual Floriô de Cinema, teve o seu processo de imersão e gravação em 2019, durante o desenvolvimento de um projeto de extensão do curso de Cinema e Audiovisual, coordenado pelo professor Diogo Velasco, do Departamento de Comunicação Social.
“Eu sempre fui um professor que considera que uma das principais funções do ofício é a extensão, de alguma forma tentar envolver a comunidade que tá fora da academia, da universidade, tentando refletir tanto sobre a sociedade, quanto colocá-los como propiciadores de experiências e como forma de se apresentarem como uma fala que sempre foi negada a eles em projetos audiovisuais, principalmente”, argumentou o professor.
Processo de criação
O diretor Neto Astério, nascido no dia 17 de junho em Coité (BA), junto com o São João, descreve ANARRIÊ como um “mergulho” nas culturas populares do Nordeste brasileiro e contextualiza o que mais o motivou a, juntamente com o professor Diogo Velasco, escolher esta temática e a quadrilha Pioneiros da Roça para o curta.
“Na época eles tinham um número considerável de pessoas da comunidade LGBT. Principalmente homens homossexuais e mulheres travestis e transexuais que se juntavam pra fazer cultura popular, dançar e fazer dali um vínculo. (…). Um momento de se apresentar, performar que para eles é quase que uma resposta à dignidade; uma forma de se autoafirmar como ser humano, cidadão e de promover e fortalecer a cultura popular que sempre foi um lugar de reforço da virilidade do homem, né? De você ter esse lugar muito cristalizado que é o gênero e cair por terra”, refletiu Neto.
Apoio
Durante sua segunda etapa de produção, em 2022, o curta contou com o apoio da lei emergencial Aldir Blanc por meio da Fundação Municipal de Cultura e Turismo (FUMCTUR) de São Cristóvão.
Por Andréa Antiago – Ascom UFS (Foto: UFS)