Os trabalhadores da Petrobras começam a paralisar as atividades, nessa sexta-feira (27), como forma de pressionar a estatal a atentender suas reivindicações salariais. A categoria vem rejeitando por unanimidade a segunda contraproposta apresentada pela petrolífera e subsidiárias para o Acordo Coletivo de Trabalho. Na reta final das assembleias, os petroleiros vem reforçando a indignação com os avanços tímidos apontados pela empresa, mesmo após diversas rodadas de negociação com as representações sindicais.
As assembleias prosseguiram ao longo desta semana, com o mesmo quadro de indignção que está levando a categoria a rejeitar por unanimidade o que foi proposto pela empresa. No Rio Grande do Sul, os petroleiros finalizam, na última terça-feira (24), as assembleias. No Rio Grande do Norte, onde os trabalhadores estão em processo de registro de chapas para escolha da nova diretoria do sindicato, as assembleias serão realizadas entre os dias 25 e 27.
Paralisações
Seguindo o encaminhamento de fortalecimento da unidade da categoria, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) construíram um calendário conjunto de paralisações por segmentos, envolvendo nacionalmente todos os trabalhadores do Sistema Petrobrás.
As mobilizações começam nessa sexta-feira (27), nas refinarias e Usinas Termelétricas (UTEs), e prosseguem na semana seguinte, com paralisações nas subsidiárias, na próxima segunda (30); nas unidades administrativas na terça-feira (31), e nas bases de Exploração e Produção, na quarta-feira (01).
A FUP e a FNP também estão realizando reuniões conjuntas com a SEST, buscando avanços em pontos considerados prioritários, principalmente a AMS. As representações sindicais têm alertado que é inadmissível uma empresa com resultados extraordinários, como a Petrobrás, continuar sacrificando os trabalhadores para enriquecer acionistas, que se apropriam da riqueza coletiva.
O projeto do governo anterior de gerar rentabilidade máxima para o mercado financeiro teve consequências nefastas para o país e para os trabalhadores, que gerou passivos humanitários jamais vistos no Sistema Petrobrás. Vide o gravíssimo quadro de sofrimento mental, assédios, doenças ocupacionais e insegurança que afeta a categoria.
A política deliberada da gestão passada de desmonte da AMS, de redução drástica dos efetivos, de retirada de direitos e de arrocho salarial precisa ser reparada nesse Acordo Coletivo.
A FUP e a FNP exigem soluções das questões consideradas estruturantes para a categoria, como o resgate da AMS, a preservação da vida dos trabalhadores impactados pelas transferências compulsórias, a construção de uma política justa e transparente de recomposição dos efetivos, a garantia de condições seguras de trabalho e de melhoria da qualidade de vida nas unidades industriais e o fim dos afretamentos de plataformas e navios.
Fonte e foto: FUP