Este mês é dedicado à campanha ‘Janeiro Roxo’, que objetiva sensibilizar a população sobre a luta contra a hanseníase, uma doença crônica e infectocontagiosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae. O Brasil é o segundo no mundo em número de casos de hanseníase, ficando apenas atrás da Índia. Segundo dados do Ministério da Saúde, mais de 17 mil novos casos foram registrados em 2022. A dermatologista Raquel Mazzotti, do Instituto de Promoção e Assistência à Saúde dos Servidores do Estado de Sergipe (Ipesaúde), enfatiza que o diagnóstico precoce é crucial na prevenção da doença.
A especialista esclarece que a hanseníase é passível de tratamento e cura, ressaltando a importância do diagnóstico precoce realizado clinicamente, por meio de exame físico. Durante essa avaliação, o médico observa manchas na pele e realiza o teste de sensibilidade. “A primeira sensibilidade a ser alterada é a térmica, ou seja, de temperatura. Quando o médico percebe que o paciente está com dificuldade de sentir o frio ou o calor no local afetado, é um indício de hanseníase”, explica Mazzotti.
Afeta principalmente a pele
A dermatologista afirma que a hanseníase afeta principalmente a pele, atingindo também os nervos periféricos, olhos e, em alguns casos, pode resultar em deformidades e incapacidades físicas. Ela destaca a importância de ficar atento aos sinais e sintomas, como manchas brancas ou avermelhadas, com alteração de sensibilidade. Mazzotti enfatiza a necessidade de buscar atendimento médico diante desses sintomas, especialmente para aqueles que têm ou tiveram contato próximo de alguém que já foi diagnosticado com a doença, uma vez que o período de incubação pode ser prolongado.
A principal via de transmissão da hanseníase é a respiratória, por inalação de gotículas contendo a bactéria causadora, o que favorece a transmissão no cotidiano. Raquel Mazzotti ressalta a importância de avaliar as pessoas próximas ao paciente no momento do diagnóstico, pois pode haver indivíduos com menos sintomas, mas que estão infectados. Ela adverte que, se o tratamento não for estendido ao entorno do paciente, a doença pode ressurgir por nova infecção.
Quanto à transmissão da doença, a médica esclarece que, uma vez iniciado o tratamento, o paciente não a transmite mais. No entanto, ela destaca a dificuldade de aceitação e preconceito, inclusive por parte dos familiares, em relação ao diagnóstico da hanseníase. Mazzotti enfatiza que o tratamento oferece a possibilidade de cura e a informação desempenha um papel crucial na superação desse estigma.
Fonte e foto: Ascom/Ipesaúde