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Deputados se unem contra falta de transporte-escolar

Georgeo Passos afirmou que os estudantes querem estudar, mas falta transporte

Deputados da oposição e da situação se uniram na sessão plenária desta terça-feira (20), em defesa de uma pauta única: o retorno do transporte-escolar para estudantes que residem em povoados do município de Nossa Senhora do Socorro, na Grande Aracaju. Mães, pais, líderes comunitários e alunos acompanharam nas galerias da Assembleia os pronunciamentos dos parlamentares.

O deputado Paulo Júnior (PV) informou que semana passada recebeu uma comissão de mães e alunos no gabinete para relatar a situação e reivindicar o retorno do transporte escolar nos povoados Bita, Oiteiros, Lavandeira e Quissamã, todos em Nossa Senhora do Socorro. “Eles alegaram que a Secretaria de Educação suspendeu esse serviço que era ofertado há anos e como forma compensatória estaria disponibilizando créditos para que crianças e adolescentes utilizassem ônibus interurbano. Esse é um tema que chamou a atenção do parlamento estadual, pois as linhas de transporte coletivo não circulam em todos os horários de forma regular”, frisou.

Deputado Garibalde Mendonça

De acordo com a líder de oposição na Assembleia, deputada Linda Brasil (PSOL), a expectativa é de que a decisão da Secretaria de Estado da Educação e Cultura (Seduc) em fornecer cartões de passe-escolar para serem usados em ônibus do transporte de passageiros em geral, seja revista. “Imagine deixar as crianças e os adolescentes nos ônibus que circulam no transporte público, geralmente superlotados em que a gente vê vários casos de violência. O que está sendo denunciado aqui na Assembleia Legislativa pelos alunos dos povoados, os pais, as mães e os líderes comunitário é a questão que muitos ônibus não têm horário regular e têm dificuldade de chegar até às escolas”, afirmou Brasil.

Segundo o deputado Georgeo Passos (Cidadania), os alunos querem estudar, mas não estão tendo o direito ao transporte-escolar. “É inadmissível que uma secretaria que tem o maior orçamento dentro do estado de Sergipe, não possa oferecer um transporte-escolar. Quem anda naquela região sabe que é uma zona rural e um ônibus comum que faz o transporte na região metropolitana não vai atender e não vai conseguir fazer com que os alunos cheguem às aulas no horário previsto. Eu espero a sensibilidade do secretário da Educação, Zezinho Sobral, para que ele possa rever essa decisão, possa ouvir os pais e mães dos estudantes e dar uma solução definitiva nesse problema”, enfatiza exibindo uma matéria veiculada na imprensa local sobre a situação.

Comissão

O deputado Doutor Samuel Carvalho (Cidadania) sugeriu a criação de uma comissão de parlamentares para levar o problema ao secretário Zezinho Sobral. “Já entrei em contato com o secretário da Educação e ele está disposto a receber a nos receber para discutir essa situação que envolve 78 estudantes, para que juntos possamos encontrar uma solução para os estudantes do povoado Oiteiros”, disse convidando os colegas deputados para uma reunião com o gestor nesta quarta-feira (21) em horário a ser definido.

O vice-presidente da Assembleia, deputado Garibalde Mendonça (PDT), disse já ter conversado com o vice-governador e secretário de Educação, Zezinho Sobral: “É uma situação que precisa ser resolvida e eu quero dizer aos pais, estudantes e líderes comunitários que estão nas galerias, que nós todos estamos solidários a vocês e tenho certeza que esse problema vai se resolver. O secretário já se disponibilizou a marcar uma reunião com os deputados e os moradores dos povoados. Tenham certeza que a Assembleia está solidária a vocês”, reitera.

O deputado Chico do Correio (PT) lembrou ter estudado na escola pública. “Eu quero me somar a todos desta Casa dizendo que faremos parte desta comissão para que possamos resolver a demanda de tamanha magnitude. que trata dos alunos dessas comunidades voltarem a chegar às escolas da melhor forma possível. Estou dizendo isso porque também sou fruto da escola pública e caminhei muito pra chegar à escola. Naquela época não tinha merenda e nem transporte escolar e quem regulava o meu horário para sair de casa e ir para a escola era o programa de rádio, de Silva Lima, pois quando começava o Informativo Sinzano minha mãe avisava estar na hora de tomar banho para ir à escola. Precisamos resolver essa situação de extrema importância porque a criança não pode estar numa linha de ônibus misturada a todos os demais passageiros, e sim ter o transporte escolar com segurança e até mesmo com um monitor”, ressalta.

Roseane Matias, mãe de aluno

O deputado Marcos Oliveira (PL) também se pronunciou sobre a situação.“Estamos falando de um transporte público caótico que ninguém sabe a hora que passa, ninguém sabe a hora que chega, se não chega porque pode quebrar. Temos um dos transportes públicos piores do país e a solução é entregar um cartão e dizer: vá se embora; se chegar chegou, se estudar estudou. Isso não é justo, não está certo e obviamente que algumas linhas que oneram de forma diminuta o orçamento do estado e recebem dinheiro federal pra isso, só não faz se não quiser. É uma situação que não prejudica nenhum filho de político aqui e a gente precisa garantir o acesso à Educação. O secretário está correndo o risco de qualquer coisa que ocorra com uma criança dessa no transporte caótico da grande Aracaju, ele seja o responsável”, destaca.

Apelo

Roseane Matias mora no povoado Oiteiros, às margens da BR-235 em Nossa Senhora do Socorro e tem dois filhos que precisam estudar em Aracaju e antes usavam o transporte escolar. “Eu tenho um filho de 14 anos que estuda 9º Ano do Colégio Estadual Valnir Chagas, aqui pertinho da Assembleia Legislativa e o de 8 anos estuda no Augusto Maynard, uma escola tradicional do estado. Desde quinta-feira da semana passada que eles estão sem ir para a escola porque desde o tempo que eu estudava (com 14 anos) e já estou com 38, sempre tivemos o tranbsporte-escolar, principalmente por morarmos na zona rural e de risco de assalto e de abuso. Tem muita estrada de chão e eles aproveitam o local deserto para fazer essas coisas, imagine num coletivo”, observa.

Fonte e fotos: Alese

 

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