O fenômeno do branqueamento está avançando em recifes de corais do Nordeste, com destaque para os litorais de Sergipe e de Pernambuco, conforme atestaram equipes das Universidades Federais de Sergipe (UFS) e de Pernambuco (UFPE) . Nesta segunda-feira (18), foi divulgado um monitoramento feito pela UFPE no setor norte da Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais. O trabalho mostra que as espécies mais sensíveis, os corais-de-fogo (Millepora sp.), já têm branqueamento “bastante extenso”.
Responsável pelo estudo feito em águas sergipanas, a professora Priscilla Teixeira, do Departamento de Engenharia de Pesca e Aquicultura da UFS, disse ser preciso saber o que está acontecendo com o bancos de corais existente no litortal de Sergipe. “Após o diagnóstico, vamos ver qual solução conseguiremos encontrar para tentar reverter esse problema”. Priscilla destacou o esforço conjunto dos pesquisadores para conseguirem estar em alto mar e também agradeceu ao Corpo de Bombeiros, “que foi importantíssimo para essa expedição”, concluiu.
Costa de Sergipe
“As espécies mais resistentes, a gente observa que estão começando a ficar pálidas, mas não estão totalmente branqueadas. Algumas poucas espécies ainda resistem”, afirma a professora Beatrice Padovani, que coordena o Programa Ecológico de Longa Duração Tamandaré Sustentável (Pels-Tams), responsável pelo monitoramento nesse trecho de litoral. Segundo os pesquisadores, uma nova onda global de branqueamento começava a afetar os recifes brasileiros, em locais a costa de Sergipe, Tamandaré e Porto de Galinhas, ambos em Pernambuco.
Os corais são animais invertebrados marinhos capazes de se alimentar sozinhos, mas grande parte de sua dieta é obtida por meio de simbiose, ou seja, uma relação mutuamente benéfica, com as algas zooxantelas. A partir da realização da fotossíntese, esses seres unicelulares fornecem nutrientes para seus hospedeiros animais.
As zooxantelas também são responsáveis pelas cores dos corais. Quando a temperatura do mar sobe, no entanto, elas abandonam os animais e os deixam esbranquiçados. Sem os nutrientes oferecidos pelas algas, os corais podem até continuar vivos e se alimentando de micro-organismos por meses, mas sua saúde fica prejudicada, o que os torna mais suscetíveis a doenças e à morte.
Com informações da Agência Brasil (Fotos: Agência Brasil e Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe)