O Museu de Arte Sacra de São Cristóvão vai comemorar 50 anos de fundação no próximo dia 20. Haverá uma Missa em ação de graças, às 19h, na Igreja de São Francisco; abertura da Exposição “MASSC, 50 anos de história”, às 20h30, no próprio Museu, além de um concerto com a Orquestra Sinfônica da UFS, às 21 horas. Vinculado à Arquidiocese de Aracaju, o museu foi fundado em 1974 pelo segundo arcebispo metropolitano, dom Luciano José Cabral Duarte.
O acervo do Museu de Arte Sacra reúne obras dos séculos XVIII e XIX. São centenas de peças sacras entre mobiliário, ourivesaria e imagens provenientes de doações e de capelas desativadas. Considerado um dos mais importantes do Brasil, o museu abriga cerca de 500 peças doadas por igrejas e residências sergipanas. Hoje em dia, ele é mantido por convênios entre a Diocese e o Governo de Sergipe. Sua última restauração aconteceu em 2005, tendo a execução das obras contado com o apoio da Petrobras.
Dentro do Museu, o visitante logo se depara com a história da quarta cidade mais antiga do Brasil, e então é inserido em uma viagem histórica que percorrerá toda a visita. À primeira vista, é apresentado a rica arquitetura composta por barroco, neoclássico e madeira cedro, e em seguida, conhecemos alguns dos santos mais importantes da história cristã: como a padroeira de São Cristóvão, Nossa Senhora da Vitória, Santo Antônio, Nossa Senhora da Conceição, Santa Dulce dos Pobres entre outros.
Um ponto interessante é que cada sala traz sua própria característica. Desde um espaço dedicado ao próprio Dom Luciano e outros bispos, a peças raras em ouro e prata como cálices, âmbulas e os ostensórios da época. Outro destaque fica no andar superior, onde são encontradas obras sacras dos mais diversos tipos e estilos, representando o grande acervo de material católico sergipano que o museu possui.
Na capela, é possível se encantar com alguns detalhes e itens importantes. É o caso do grande altar-mor folheado a ouro, o antigo sino do convento que possui mais de 300 anos, o belo teto decorado pelo famoso pintor baiano José Teófilo de Jesus do século XIX, que representa a chegada de São Francisco no céu sendo recepcionado por anjos. Logo ao lado da capela está a famosa sala dos ossários, onde foram enterrados os antigos franciscanos que moravam no convento ou eram relacionados a ele, e, além disso, uma antiga cruz de Cristo é presente em seu canto, abençoando os presentes do local.
Segundo o historiador Jorge Maklin, o Museu de Arte Sacra conta a história da religião católica que era a oficial do nosso país. “São Cristóvão recebe o nome de um santo, e isso já mostra o quanto a Igreja faz parte da história do município. Muito mais que a questão da religiosidade, no Museu de Arte Sacra nós levamos às pessoas o ponto de vista histórico. Por isso, este espaço cultual nada mais é que um conservador no sentido de conservar essa história para que ela seja passada e transmitida para outras gerações e visitantes ”, explicou o historiador.