Bares e restaurantes têm segurado os preços ao longo do ano temendo perder clientes. Segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), enquanto a inflação da alimentação no domicílio acumula 5,10%, a inflação da alimentação fora do lar registra menos da metade, com 1,99%.
Apesar da diferença no acumulado, em maio, a inflação em bares e restaurantes foi de 0,50%, alinhada com o índice geral de 0,46%. O cenário atual reflete a resiliência do setor de bares e restaurantes frente às pressões inflacionárias, evidenciando a necessidade dos empresários em manter os preços acessíveis para os consumidores.
Essa estratégia tem sido crucial para preservar a demanda, especialmente em um contexto em que a inflação de alimentos e bebidas registra um acumulado de 4,23% no ano. Uma pesquisa realizada pela Abrasel, em maio, revelou a dificuldade que os empresários enfrentam para repassar os custos adicionais aos consumidores.
Quando questionados sobre a capacidade de reajustar os preços dos cardápios para acompanhar a inflação, 18% dos empresários conseguiram reajustar os preços, mas abaixo da inflação; 34% conseguiram reajustar os preços somente para acompanhar a inflação; 10% conseguiram reajustar os preços acima da inflação; e 38% não conseguiram reajustar os preços.
Esses números destacam a necessidade de manter os preços acessíveis e a dificuldade de repassar integralmente a inflação. “Os empresários do setor de bares e restaurantes enfrentam um dos ambientes mais competitivos do mercado. A necessidade de manter os preços acessíveis para atrair clientes se choca com a dificuldade de repassar a inflação, resultando em margens de lucro apertadas e, em muitos casos, operações deficitárias,” destaca Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.
Fonte e foto: Abrasel