Desde que foi denunciado pela ex-esposa por violência doméstica, o secretário estadual de Turismo, empresário Marcos Franco (MDB), virou uma figura decorativa no governo de Sergipe. Maior prova disso foi dada nessa sexta-feira (21), durante a solenidade de assinatura do termo aditivo autorizando o repasse de R$ 20 milhões do Novo Fundo Geral do Turismo (Fungetur) para fomentar o turismo no estado. O texto sobre o evento, distribuído à imprensa pela Secretaria Estadual de Comunicação, simplesmente não cita Franco, embora ele apareça nas fotos oficiais.
Segundo o release da Secom, o termo aditivo autorizando o repasse dos recursos foi assinada pelo governador Fábio Mitidieri (PSD) e pelo secretário de Infraestrutura, Crédito e Investimentos do Ministério do Turismo, Carlos Henrique Menezes Sobral. O texto da Secretaria de Comunicação destaca falas do governador, do representante do Ministério, do presidente do Banese, Marco Queiroz e do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Sergipe, Antonio Carlos Sobrinho – primo de Marcos Franco – porém não cita uma frase sequer que por ventura tenha sido pronunciada pelo secretário.
Após ter sido denunciado com base na Lei Maria da Penha, Marcos virou o patinho feio do governo: aparece nos eventos, mas suas declarações não aparecem nos textos oficiais do Executivo. Aliás, quem fala sobre a política de turismo é o próprio governador. O secretário chegou a tirar férias de 30 dias, na expectativa de que o escândalo caísse no esquecimento, e retornou às atividades discretamente. Durante o descanso forçado, Marcos Franco foi substituído pela secretária-executiva o Turismo, Danielle Mesquita. À época, a oposição chegou a divulgar que Marcos permanecia no cargo depois da denuncia de violência doméstica porque Fábio Mitidieri não tinha coragem para exonerar um integrante da poderosa família Franco. O governo simplesmente deu calado por resposta à esta acusação. Misericórdia!