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Como as redes sociais comprometem os princípios éticos do jornalismo

Por Raquel Almeida *

O surgimento e o crescimento das redes sociais mudaram completamente o jornalismo, trazendo tanto oportunidades quanto desafios significativos. Entre os maiores desafios está o descompromisso com os fundamentos éticos do jornalismo, evidenciado de diversas maneiras pelas plataformas digitais e redes sociais.

As novas mídias se referem a plataformas digitais e tecnologias emergentes que permitem a disseminação rápida e ampla de informações. Isso inclui redes sociais, blogs, sites de notícias online, podcasts e outros formatos digitais. Como essas plataformas tornaram a publicação de conteúdo mais acessível, qualquer pessoa com acesso à internet pode publicar informações. No entanto, essa democratização veio acompanhada de uma série de problemas éticos que ameaçam a integridade do jornalismo.

(Imagem ilustrativa: Pixabay)

Um dos principais problemas é a tensão entre a velocidade e a precisão. A rapidez com que as informações são compartilhadas nas redes sociais frequentemente compromete a precisão. Jornalistas e plataformas de notícias digitais sentem a pressão de publicar notícias rapidamente para não perderem relevância, o que pode levar a erros factuais e à disseminação de desinformação. Além disso, a prática de checar fatos minuciosamente tem sido negligenciada em muitas plataformas digitais. Em alguns casos, a pressa em ser o primeiro a publicar uma notícia leva à falta de verificação adequada, comprometendo a integridade da informação.

O sensacionalismo é outro problema importante. Algumas novas mídias usam o sensacionalismo para atrair cliques e visualizações, usando títulos e manchetes exagerados ou enganosos. Isso muitas vezes distorce a realidade ou omite informações importantes, indo contra os princípios éticos do jornalismo.

A polarização e as bolhas de informação também são desafios críticos. As redes sociais frequentemente fomentam a polarização, com algoritmos que alimentam os usuários com conteúdo alinhado às suas crenças pré-existentes. Isso cria bolhas de informação, onde os indivíduos são expostos apenas a perspectivas que reforçam suas opiniões, dificultando o debate saudável e a compreensão abrangente dos fatos.

A independência editorial também pode ser ameaçada pela dependência de receita publicitária. A pressão para atrair anunciantes pode resultar na publicação de conteúdo que satisfaz mais os patrocinadores do que a verdade e a objetividade.

Os fundamentos éticos do jornalismo, que incluem veracidade, independência, justiça e imparcialidade, responsabilidade, transparência, confidencialidade, respeito à privacidade, minimização de danos, profissionalismo e a busca pela verdade, são essenciais para manter a confiança do público e assegurar a integridade da profissão. Esses princípios orientam a prática jornalística, garantindo que a informação seja apresentada de maneira responsável, justa e precisa.

Para enfrentar esses desafios, algumas ações podem ser tomadas: a promoção da educação midiática para ajudar o público a distinguir fontes confiáveis, desenvolver e adotar códigos de ética específicos para o jornalismo digital, fortalecer plataformas de checagem de fatos independentes e implementar regulamentos que garantam a responsabilidade das plataformas digitais sem comprometer a liberdade de expressão. Além disso, é crucial apoiar financeiramente o jornalismo investigativo de alta qualidade. Enfrentar esses desafios é vital para assegurar que o jornalismo continue a fornecer informações precisas, equilibradas e responsáveis, servindo ao interesse público de maneira confiável.

Outros posts:

Anúncios 1
Nos últimos anos, a presença de anúncios nas redes sociais aumentou significativamente, com plataformas como o Instagram buscando otimizar a entrega publicitária para maximizar o retorno sobre o investimento dos anunciantes. O Instagram está testando anúncios “não puláveis” de 3 a 10 segundos no feed, uma estratégia similar à do YouTube, para garantir que os anúncios sejam realmente vistos, aumentando a visibilidade e o impacto das campanhas. Essa mudança pode aumentar a receita do Instagram, que já superou o YouTube em faturamento publicitário, mas também pode reduzir o engajamento do usuário devido à intrusividade dos anúncios.

Anúncios 2
A introdução dos “ad breaks” representa uma mudança significativa na abordagem do Instagram, que sempre adotou uma estratégia publicitária mais integrada e menos intrusiva. Além disso, a plataforma está testando pop-ups nos Stories, o que pode agravar a percepção negativa dos usuários. O equilíbrio entre a satisfação do usuário e a geração de receita será crucial, e o feedback dos usuários será essencial para ajustar essas novas estratégias. O sucesso do Instagram dependerá de sua capacidade de implementar essas mudanças sem alienar sua base de usuários, tornando esta fase de testes um momento crítico para o futuro da publicidade na plataforma.

Divertidamente
Nesta última semana, estreou nos cinemas brasileiros “Divertida Mente 2”, mostrando Riley entrando na adolescência com novos sentimentos. A Disney promoveu uma intensa campanha de marketing no Brasil, incluindo eventos, pré-estreias, merchandising na Globo e produtos licenciados. Uma semana antes da estreia nos cinemas, Divertida Mente 2 ocupou a grade da Globo em diferentes momentos. Uma das maiores ofensivas da Disney para promover o longa-metragem, contudo, está na diversidade de produtos licenciados. De roupas a perfumes, passando por calçados e combos, os personagens da franquia inspiraram uma série de produtos.

Marcas usadas por criminosos

A Cisco Talos, divisão de inteligência da Cisco, identificou as principais marcas usadas para falsificação digital, destacando Microsoft, DocuSign e Amazon entre as 10 mais visadas por criminosos. Estes utilizam principalmente e-mails de phishing para obter dados sensíveis, como credenciais, inserindo códigos-fonte (HTML) nos e-mails ou usando logotipos em anexos corrompidos. Entre março e abril de 2024, casos de impersonificação de marcas foram detectados globalmente, levando à criação de um ranking das 30 marcas mais usadas em golpes digitais. A falsificação ocorre em várias plataformas online, incluindo redes sociais, websites e e-mails.

> Confira aqui outros artigos de Raquel Almeida.

* É jornalista, assessora de comunicação, social media e editora experiente. Mais de 20 anos trabalhando na área de Comunicação, dentre eles 14 anos como editora do Portal Infonet. Especializada em Comunicação Digital, Web Jornalismo, Novas Mídias e EAD.

 

 

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