Aracaju ainda é uma cidade horizontal. Dos 197.224 imóveis catalogados no censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 119.280 são casas residenciais, 11.809 casas de vila e 37.902 apartamentos. Segundo Luis Moura, coordenador do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), saber que a capiral ainda é horizontal é importante para a discussão sobre o Plano Diretor. “A estratégia de ordenamento de uma cidade onde predomina imóveis residenciais tipo casa deve ser diferente da de uma comunidade onde os apartamentos são maioria”, explica Moura.
Com base nos dados do IBGE, o coordenador do Dieese revela que em 2010 foram recenseados em Aracaju 197.224 domicílios. Destes, 169.835 estavam ocupados, e 27.210 desocupados. Durante o último censo demográfico, 117.914 aracajuanos declararam que são proprietários dos imóveis onde residem, 44.170 disseram que moram em casas alugadas, e 6.850 afirmaram que viviam em imóveis cedidos. “Observe que temos milhares de aracajuanos sem domicílios, mas também temos 27 mil imóveis fechados. Isso faz supor que o problema do déficit habitacional talvez esteja mais relacionado com a estrutura de renda da população do que com a falta de moradia para residir”, frisa Luiz Moura.
De acordo com o Coordenador do Dieese, dependendo como serão reguladas a infraestrutura e os serviços públicos e privados, o Plano Diretor altera e muito o valor de um imóvel. Luiz Moura explica que um bairro onde não tenha posto de saúde, escolas publicas e privadas, centro comercial, ruas pavimentadas e enfrenta dificuldade no transportes públicos terá depreciado o valor de suas unidades habitacionais e comerciais. “Diferentemente, nos bairros onde existam esses serviços, provavelmente haverá uma valorização de seus imóveis”, afirma o técnico do Dieese.
Plano diretor
Questionado sobre qual o impacto para os aracajuanos do Plano Diretor, agora sendo debatido pelos aracajuanos, Luiz Moura revelou que diretamente a revisão Plano Diretor regula a convivência entres os munícipes, os investimentos públicos e privados, e a infraestrutura urbana de Aracaju. “Quanto melhor isso for feito, melhor será para a regulação do dia-a-dia dos aracajuanos, pois provocará um impacto na atração de novos investimentos para a capital, podendo viabilizar e direcionar os investimentos públicos e privados, gerando emprego e renda no município”, diz.
Ainda com base no censo demográfico, o coordenador do Dieese informa que a renda per capta de 10.827 domicílios aracajuanos em 2010 era de até R$ 128. Em outros 32.242 imóveis, constatou-se que a renda per capta variava entre R$128 e R$ 257. Cerca de 50% dos domicílios tinham renda per capta até um salário mínimo, mostrando que é grande a concentração de renda, pois em apenas 9% das moradias a renda per capta é superior a cinco salários mínimos. Luiz Moura considera essa informação importante no planejamento da cidade, pois o perfil da renda de seus habitantes tende a determinar que tipo de serviços públicos a maioria da população precisa.
Por Adiberto de Souza