O Núcleo de Desenvolvimento e Implementação Educacional do Senac Sergipe discute a possibilidade de desenvolver o projeto “Da cabeça ao coração e ecobelos”. O tema foi debatido pela gerente do Núcleo, Cristiane Tavares, com o presidente do Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP-Grupo Tiradentes), Paulo do Eirado Dias Filho.
O projeto é do curso de Cabeleireiro do Senac e tem o objetivo de orientar os profissionais da beleza sobre práticas sustentáveis no descarte de cabelos, além de promover ações que beneficiem a sociedade e o meio ambiente. As atividades incluem a confecção de perucas para pacientes em tratamento de câncer e a produção de mantas para absorção de óleo em oceanos.
A iniciativa alinha-se com as Marcas Formativas do Senac e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 3 (Saúde e Bem-Estar), 12 (Consumo e Produção Responsáveis), 14 (Vida na Água) e 15 (Vida Terrestre).
“O projeto ‘Da cabeça ao coração e ecobelos’ exemplifica uma iniciativa inovadora e essencial que alia sustentabilidade ambiental e impacto social. Ele promove a conscientização sobre o descarte adequado de resíduos e proporciona um cuidado humanizado aos pacientes oncológicos, ao mesmo tempo em que protege nossos ecossistemas marinhos”, enfatizou Cristiane Tavares.
“A necessidade de conscientização entre os profissionais da beleza sobre o impacto ambiental do descarte de cabelos é crucial. Este projeto destaca a importância da sustentabilidade e do bem-estar social, incentivando práticas de reutilização que beneficiam tanto a sociedade quanto o meio ambiente”, afirmou Felipa Edite.
Durante a visita, foram discutidos aspectos técnicos e logísticos da implementação do projeto, explorando as capacidades do ITP em apoiar o desenvolvimento das tecnologias necessárias para a confecção das mantas absorventes. A parceria com o ITP poderá fortalecer a eficácia do projeto, garantindo inovação e qualidade na execução das atividades propostas.
Construção do projeto
A ideia do projeto integrador ‘Da cabeça ao coração e ecobelos’ surgiu a partir do dia a dia das alunas em sala de aula, sobre qual destino seria dado aos cabelos cortados. Com isso surgiu a ideia de os fios maiores serem guardados para a confecção de perucas para paciente acometidos pelo câncer, e os menores, com tamanho a partir de 2,5 cm, para tecer mantas a serem utilizadas na limpeza de oceanos.
“Quem trabalha em salão vê que o cabelo que é cortado vai para o lixo, não tem um lugar de descarte apropriado no Brasil, e isso pode causar sérios problemas ao meio ambiente. Então tivemos a ideia de dar um destino adequado, de reciclagem, usando esses fios para confeccionar mantas, como já vem sendo feito em outros locais, e usar essas mantas para absorver o óleo que vai parar no mar”, disse a aluna Rafaela Bispo Viana, que faz o curso de cabeleireiro.
“Têm pessoas que vão até o salão e cortam um comprimento grande do cabelo e que é simplesmente descartado. Então, pensamos que podemos fazer a diferença na sociedade, ajudando outras pessoas, mais específico as acometidas pelo câncer, com a confecção de perucas, e assim ajudá-las no equilíbrio emocional”, relatou Iolanda Aragão Santos Sena, 22 anos, que já está atuando como cabeleireira.
“Vamos fazer pessoas felizes. É um projeto que ajudará pessoas que precisam e vamos ainda contribuir para reduzir os danos ao meio ambiente, pois o cabelo entope canos, polui a natureza”, frisou a aluna Luzinete Santos Silva, 50 anos.
“Desde o início do curso, buscamos incentivar os alunos a já pensarem no projeto integrador, fazendo uma análise de temas e problemáticas que podem ser trabalhados, dentro do ambiente da profissão, que é o salão de beleza. E essa turma pensou em que poderia ser reutilizado o cabelo que é cortado. A partir daí começou a pesquisar o que poderia ser feito e definiram fazer perucas e mantas, visando ajudar pessoas que perderam o cabelo por conta do tratamento do câncer e minimizar os impactos ambientais causados pelo descarte inadequado de cabelos”, explicou a instrutora Gilma Angélica Santiago Neves.
Fonte e foto: Ascon/Senac