Por Paula Buarque*
Esse texto foi escrito no calor de uma discussão necessária pela qual passa a UFS, que, por vezes, esconde e não inclui, como se deve, informações e pessoas necessárias à verdade dos fatos.
Sou professora do Departamento de Nutrição da UFS há 11 anos. E, desde a reestruturação dos Restaurantes Universitários da UFS, sou a responsável pela política de oferta de alimentação para alunos, professores e técnicos da Universidade Federal de Sergipe, em exatos 7 espaços distintos: São Cristóvão, Cultart, Aracaju, Laranjeiras, Itabaiana, Lagarto e Nossa Senhora da Glória. Em alguns deles, a exemplo do Cultart, apenas o almoço é ofertado. Em outros, temos o almoço e o jantar.
Essa engenharia de produção e distribuição alimentar envolve técnicos, estruturas administrativas, empresas que fornecem alimentação, nutricionistas, compras de alimentos da agricultura familiar, a um custo de milhões ao ano, tudo feito via licitação, cujos recursos são depositados na UFS via recursos do PNAES/MEC.
Quais as questões que necessitam ser ditas: 1) A estrutura de oferta de alimentação, a preço subsidiado de 1 real, é fruto da decisão política da gestão do Prof. Valter Joviniano. 2) A decisão política no sentido de alocar a maior parte dos recursos do PNAES na alimentação aponta para sensibilidade e responsabilidade do gestor da UFS em não deixar os estudantes da instituição sem o básico da alimentação, para cumprimento de suas tarefas necessárias. 3) A criação da estrutura de alimentação em todos os campi é recente, da atual gestão. Vejamos: São Cristóvão (1981), Lagarto (2017), Cultart (2021), Aracaju (2022), Laranjeiras (2021), Itabaiana (2022), Nossa Senhora da Glória (2022).
Por dia, a UFS serve 5 mil almoços e 2.200 jantares. São 36 mil por semana e 456 mil por mês. Para efeito comparativo, 26 cidades sergipanas têm população abaixo de 8 mil pessoas. Servimos almoço e jantar, por dia, para o equivalente a 3 vezes a população de Amparo de São Francisco. Ou a população inteira de Brejo Grande.
Todo esse trabalho e a estrutura nele envolvida demandam cuidado, afeto, equilíbrio, ação e decisão política. Estar à frente dos Restaurantes Universitários da UFS é um desafio enorme enquanto mulher, professora universitária, profissional e gestora da área de nutrição. Desafio esse que não seria possível se o gestor maior, o Reitor Valter Joviniano, não fosse sensível com a fome, com a alimentação dos discentes e com a criação da maior rede de apoio alimentar, feita em poucos anos, em uma universidade federal brasileira, em exatos 7 restaurantes, como ocorreu em Sergipe.
*Profa. Dra. Paula Buarque, coordenadora de Alimentação e Nutrição dos Restaurantes Universitários da UFS.