Não se trata de grandes quedas d’águas, exemplo das Cachoeiras do El Dorado – 353 metros (AM), Fumaça – 340 metros (BA), Tabuleiro – 273 metros (MG), Salto do Itiquira – 168 metros (GO) ou de Foz do Iguaçu (Garganta do Diabo) – pouco mais de 70 metros (PR). Mas Sergipe tem as suas cachoeiras e, ainda que pequenas (no máximo, 20 ou 30 metros de água em queda), dá para tomar banho, relaxar ao som do barulho gerado pelo impactado da água com o chão rochoso ou lagos e poços logo abaixo.
As nossas cachoeiras são pouco conhecidas dos sergipanos e, por isso. Temos cascatas em Nossa Senhora de Lourdes, Lagarto, Pirambu, Itabaiana, Macambira e Canindé de São Francisco, entre outras.
A seguir apresentamos algumas delas aos sergipanos e visitantes.
Cachoeira de Lourdes
A Cachoeira Poção de Pedras, que é também conhecida como Cachoeira de Lourdes, fica localizada no povoado Barro Vermelho, na cidade de Nossa Senhora de Lourdes,a 133 quilômetros de Aracaju. O acesso é pela Rodovia estadual SE-200, ao passar pela entrada da cidade de Canhoba, saindo dePropriá, basta entrar à direita no Povoado Barro Vermelho e seguir uma estrada de barro de uns quatro quilômetros, ou se desejar pode ir pela cidade de Nossa Senhora de Lourdes que fica aproximadamente a sete quilômetros da cachoeira. A altura da Cachoeira Poção de Pedras é aproximadamente 15 metros, sendo considerada a maior cachoeira de Sergipe. O local é apropriado para a prática de rapel e banhos, pois sua água não é salobra. Os mais corajosos costumam praticar saltos do alto das pedras, pois o rio tem grande profundidade no centro, mas é possível ficar embaixo da cachoeira caminhando sobre as pedras.Como a maioria das cachoeiras que conhecemos, ela também apresenta melhor época para visitação no inverno.
Cachoeira São Francisco (Macambira)
A Cachoeira de Macambira é um bom local para um delicioso banho. A tranquilidade do lugar, ouvindo a queda d’água, o cheiro do verde, da terra, e fugir um pouco do movimento e da correria da cidade são fatores que motivam as visitas frequentes de turistas. Logo após a cachoeira está o Poço de Arara. Localizado na Fazenda Capitão, o lugar oferece uma banho nas tranquilas, relaxantes e transparentes águas do Rio Vaza-Barris. Para chegar lá, é só seguir pela BR-101 e pegar o viaduto para acessar a BR-235, sentido Itabaiana. Passando por Itabaiana, é só pegar o trevo via Campo do Brito, São Domingos e, por fim, chegar a Macambira. A partir daí, siga até a sede do município de Macambira, passando pelo Mercado, Matadouro e seguindo para a estrada velha de Pinhão. Lá, é bom pedir orientação a alguém da comunidade, pois no local não há placa. A cidade fica a 69 km de Aracaju (SE).
Cachoeira do Lajeirão (Canindé de São Francisco)
Bastante conhecida pelos habitantes do município de Canindé de São Francisco, que fica a 213 km de Aracaju, a Cachoeira do Lajeirão está sendo totalmente estruturada para o visitante que gosta de adrenalina e aventura. Situada na rodovia SE-206, a trilha que o turista percorre até chegar ao topo da cachoeira tem aproximadamente 3 km. Após esse percurso, vem a grande recompensa: um delicioso banho na cachoeira que deságua no Rio São Francisco. A cachoeira do Lajeirão pega água da nascente de um rio no projeto Califórnia, em de Canindé de São Francisco. A cachoeira começa como um pequeno riacho no Lajeirão e joga suas águas no “Velho Chico”.
A trilha até a cachoeira exige atenção por parte dos aventureiros por ser um pouco íngreme e de descida. Mas, durante o percurso, é possível observar a caatinga preservada e a grandeza na diversidade da fauna local, com a ave símbolo dessa vegetação, a Asa Branca, além de outras espécies, a exemplo da Cabeça Vermelha, Papagaios, Canção, Nambu, Rolinha, Tizil e várias espécies de Beija-flor. A flora também aparece com suas espécies nativas como a caibeira, catingueira, xique-xique, mandacaru, facheiro, cabeça e coroa de frade e jurema. Para quem deseja visitar a cachoeira, uma recomendação: é bom fazer isso acompanhado por um trilheiro local. Eles negociam o valor do acompanhamento. Em grupo sai sempre mais barato.
Cachoeira de Itabaiana (Itabaiana)
Pelas trilhas da Via Sacra, da Piçarra, do Caldeirão, dos Carros e do Paredão pode-se chegar facilmente ao Parque Nacional da Serra de Itabaiana, situado no município de Itabaiana, a 51 km de Aracaju. É lá que ficam as cachoeiras, poços e corredeiras.O local é propício para aventureiros, ávidos pelo contato com a natureza e o lazer. O parque fica nas imediações da BR-235. Há uma porteira de acesso margeando a rodovia e um guarda do Ibama garante o acesso de todos.
Existem outras dezenas de acessos, mas a dica é procurar com antecedência um guia local ou uma agência especializada em passeios de aventura, pois as trilhas exigem dos visitantes preparo físico e espírito de aventura. A serra tem 650 metros de altitude, mas chega-se às cascatas com muito menos que isso. Também em Itabaiana está a cachoeira da Ribeira. Um bonito lugar, mas de difícil acesso. Vale a pena pelo bom banho e as belas paisagens de árvores nativas (ipê roxo, sucupira, candeias, araçazeiros, ingazeiras…).
Cachoeira do Saboeiro (Lagarto)
A Cachoeira do povoado Saboiero fica a aproximadamente 18km do centro da cidade de Lagarto, que está a 76 km de Aracaju (SE). O PovoadoSaboeiro fica bem próximo a um outro mais famoso, o Olhos D´água, na divisa entre Lagarto e São Domingos. O acesso é mais fácil pelo Povoado Barro Vermelho. Não existem placas sinalizando no caminho e, por isso, a melhor forma é ir pedindo informações aos moradores. Depois de percorrer mais de 15 km de estrada, de passar por muitas paisagens de encher os olhos, chega-se ao ponto de entrada à cachoeira.
O local é de difícil acesso, pois fica em um canyon que dá no Rio Vaza Barris. A descida é sofrida e requer muito fôlego, tanto para subir quanto para descer. Algumas pessoas já estão se mobilizando para que a Prefeitura Municipal providencie uma escadaria, o que facilitaria as descidas e subidas, diminuindo o risco de acidentes. Um número razoável de famílias e jovens se aventuram, acampando no local e tomando banho no Rio Vaza Barris todos os fins de semana.
Texto de Eugênio Nascimento publicado originalmente no Jornal da Cidade (Crédito/trilhasdesergipe.com.br)