O aumento no preço dos insumos, a escassez de embalagens e o custo da energia devem deixar a cerveja mais cara ainda neste semestre, segundo estimativas de produtores e de entidades do setor. O impulso da moeda norte-americana afeta diretamente o custo dos commodities, como o milho, a cevada, as leveduras e o alumínio, que são base da cadeia de produção da bebida.
Embora a inflação da bebida em 2020 tenha sido de 1,94%, segundo o IBGE, o mercado deve reposicionar os preços, devendo o aumento ao consumidor final ficar entre 10% e 15%. A majoração seguirá a constante alta do dólar, que tem gerado impacto no custo dos commodities, sem contar o custo de energia elétrica, que também aumentou. “Esses fatores têm influência direta no preço das bebidas”, explica o diretor da Escola Superior de Cerveja e Malte, Carlo Enrico Bressiani.
“Vamos tentar, num primeiro momento, apenas resgatar os preços normais, para não causar uma retração muito brusca no consumo. O nosso propósito é tentar minimizar o impacto, mas eu acredito que o setor não tem mais fôlego pra não promover aumentos nos próximos meses”, adverte, Marcos Falcone, presidente da Federação Brasileira das Cervejas Artesanais. Para ele, os produtores estão no limite e, por questão de sobrevivência das pequenas cervejarias, os aumentos não poderão ser mais adiados.
Foto: Portal Dia a Dia