Por Antônio Samarone *
Dos 75 municípios sergipanos, 17 receberam nomes de santos. Nossa Senhora (com seis cidades e São Francisco com quatro), são os mais prestigiados.
Nossa Senhora temos: das Dores, da Glória, de Lourdes, do Socorro e Aparecida. Para completar a sexta, temos Divina Pastora. Existem as cidades de São Francisco, mais o Amparo, Santana e Canindé todas de São Francisco, chegamos as quatro. Exagero de devoção.
A começar pela antiga capital, que é São Cristóvão. Uma homenagem a Cristóvão de Moura, fidalgo português, Vice Rey da União Ibérica. Os historiadores sergipanos, apressados, atribuem a homenagem a Cristóvão de Barros, que comandou a invasão de Sergipe, em 1591. Um transcreve do outro e todos erram. Aprendi com Luiz Antônio Barreto.
Temos ainda os Santos Amaro, Miguel, Domingos, Rosa, Luzia e João. Sem contar que Itabaiana era a Villa de Santo Antônio e Almas e Frei Paulo não chegou a Santo, mas era um religioso.
Em Sergipe são raras as datas cívicas comemoradas, entretanto, as datas dos padroeiros ainda são as principais festas dos municípios. A igreja católica está no centro de todas as cidades sergipanas, muitas vezes sendo o prédio mais imponente da localidade.
Fui conferir se os nomes primitivos dos municípios sergipanos eram mais criativos. Por exemplo: Nossa Senhora Aparecida – Maniçoba, Nossa Senhora das Dores – Enforcados e Divina Pastora – Ladeira.
Fugindo dos Santos, lembrei-me de algumas curiosidades.
Outros nomes antigos dos municípios sergipanos: Boquim – Lagoa Vermelha; Riachuelo – Pintos; Siriri – Pé de Banco; Carmópolis – Rancho; Cristinápolis – Chapada; Aquidabã – Cemitério; Arauá – Parida; e Propriá – Urubu de Baixo.
Sem contar os nomes das pessoas.
Antes das novelas, o que orientava os pais para nomearem os seus filhos, era a folhinha do Sagrado Coração de Jesus, que trazia o Santo do Dia. Os pais mais criativos repetiam o nome do Padroeiro.
Eu sou Antonio e tenho três irmãos, todos Antonio. Não me perguntem quem é o padroeiro de Itabaiana.
* É médico Sanitarista e está secretário da Cultura de Itabaiana.