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A noite em que Magnólia “fechou” no Iate

Magnólia não esquece da noite em que se sentiu uma rainha, em seu vestido vermelho brilhante

No final da década de 70, o Iate Clube de Aracaju só aceitava a fina flor da sociedade sergipana. Além do salão nobre, a casa oferecia aos distintos sócios a Boate Saveiros, com música ao vivo da melhor qualidade. Um luxo exclusivo para quem tinha poder e muito dinheiro. Empresário da moda e farrista dos melhores, Wilson do Gavetão, dono de importante loja de roupas no centro da capital, resolveu escrachar a burguesia.

Numa noite de gala, Wilson chegou à Saveiros de braços dados com Magnólia, o primeiro travesti assumido de Aracaju. “Pra mim, a nossa entrada na boate foi coisa de cinema. Wilson no melhor terno e eu de peruca loira e linda, um vestido longo, vermelho brilhante e arrasando na maquiagem”, lembra Magnólia, hoje com 72 anos. Pense no buxixo… As dondocas subiram no salto alto, enquanto os homens queriam apunhalar Wilson com os olhos.

Magnólia, que passou quase toda a vida vendendo cuecas e meias masculinas nos mercados centrais de Aracaju, é quem conta o fim da história: “Lá pras tantas e muito dona de mim, cruzei as pernas de forma escandalosa e, com o ombro apoiado na mesa, divinamente decorada, chamei o garçom, sem disfarçar a voz de homem: Luiz, por favor, me traga aí mais um uísque! Foi um Deus nos acuda. Pararam a orquestra e nos ‘convidaram’ pra sair quase aos empurrões. No dia seguinte, a direção do Iate cancelou o título de sócio proprietário de Wilson. E ele nem ligou”.

Por Adiberto de Souza

 

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2 Comments

  1. William Ferreira disse:

    Ótima resenha (sinopsista).
    Parabéns aribélista.
    Quero perder as futuras.
    Abraço.

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