Você certamente já foi ao supermercado e reparou que a embalagem de algum produto aparentava estar menor do que o usual, enquanto o preço continuava o mesmo, ou até mais caro. Este fenômeno é real, e se tornou tão comum que ganhou um nome: “reduflação”, neologismo que une “redução” com “inflação”.
A reduflação é a manutenção ou até o aumento dos preços nas prateleiras, ao mesmo tempo em que ocorre uma redução no tamanho dos produtos por parte dos fabricantes. Segundo um levantamento feito pela consultoria Horus, entre janeiro e agosto de 2023, o sabão em pó foi o produto vendido em supermercado que mais sofreu reduflação em comparação com o mesmo período de 2022.
No período, a embalagem do item foi reduzida em quase 10% (de aproximadamente 1,1kg para 1kg), enquanto o preço subiu de R$ 15,31 para R$ 19,18 (20%). Na sequência, aparece o chocolate. No mesmo intervalo de referência, o produto caiu de 167,6 gramas para 143,7 gramas. O preço, por outro lado, foi de R$ 15,85 para R$ 16,78 (10%).
Para a Horus, a reduflação, além de não representar economia para o consumidor, pode levar ao aumento do número de idas ao supermercado em função na necessidade de reposição daquele produto que acabou antes do fim do mês. “Essa tendência é um dos fatores que pode explicar o crescimento de 4,3 pontos percentuais em importância das compras de emergência, comparando janeiro a agosto de 2023, com o mesmo período de 2022”, diz a consultoria.
Reduflação é legal
Renata Abalém, diretora jurídica do Instituto de Defesa do Consumidor e do Contribuinte (IDC), explica que a redução da gramatura e até da qualidade de um produto é algo legal. “É absolutamente legal quando um produtor de alguma mercadoria entende que para que essa mercadoria atenda às suas necessidades, inclusive até as necessidades de consumo, melhor seria reduzir a quantidade, reduzir tamanho e até reduzir qualidade”, afirma.
Fonte: Rede CNN Brasil (Foto: Agência Brasil)