Por Antônio Samarone *
A frota de Cabral chegou a Porto Seguro em 22 de abril de 1.500 e partiu em 1º de maio. Passaram 8 dias, mandaram rezar uma missa e foram embora. Saíram sem saber o que tinham descoberto.
Somente em 1501, Dom Manuel, o Venturoso, organizou uma Armada, com três caravelas, para fazer o reconhecimento das terras descobertas por Cabral.
A 14 de maio de 1501, zarpou de Lisboa a Esquadra de reconhecimento de Vera Cruz. A bordo, como cosmógrafo e cronista, embarcou o celebre Américo Vespúcio.
Chegaram ao Novo Mundo em 07 de agosto, na Praia do Marco, no Rio Grande do Norte.
Em 04 de outubro de 1501, A esquadra chegou à foz do Rio Parapitinga, batizado de São Francisco, em homenagem ao Santo do dia. Sergipe estava descoberto, por Américo Vespúcio.
A Expedição encalhou no litoral norte de Sergipe, entre o São Francisco e o Rio Japaratuba. Os marinheiros esvaziaram as Caravelas, jogando barris ao mar, para reduzir o peso das embarcações. A marujada denominou a área de Enseada do Vaza Barris.
Riacho do Navio, um clássico de Luiz Gonzaga, diz num verso “que o Rio São Francisco vai bater no meio do mar”. Esse fato foi registrado por Américo Vespúcio. Talvez hoje, o Rio não vá tão longe.
Vespúcio chegou à foz dos Rios Cerigi (atual Sergipe) e Rio Cotinguiba, que eles batizaram de Rio do Pereira. Homenagem ao comandante de uma caravela, que adentrou o curso d’água, até as proximidades de Santo Amaro.
Américo Vespúcio, avistou a bela Serra de Itabaiana, que ele descreveu e denominou de Serra Santa Maria da Graça.
Na semana seguinte adentraram ao Rio Irapiranga, batizado de Rio Cassia. Fizeram um carregamento das vargens da canafístulas, uma fava considerada medicinal na Europa. A primeiro produto levado pelos portugueses não foi o pau Brasil.
Gabriel Soares de Souza em sua “Notícia do Brasil”, de 1587, fez uma confusão, denominando o Rio Irapiranga de Vaza Barril, pensando que ele desaguava na enseada do mesmo nome. O nome continua até hoje.
Américo Vespúcio chegou à Foz do Rio Itanhy, em 26 de outubro. Impressionado pela amplitude, denominou-o de Rio Real, era aniversário do El Rey Dom Manuel.
Américo Vespúcio descobriu Sergipe e passou 21 dias por aqui. Gente, o homem é importante. O nome América é uma homenagem a esse florentino.
Por que a historiografia de Sergipe não valoriza esses acontecimentos?
Eu não sei. Talvez a nossa secular baixa estima!
Está tudo registrado nas cartas que Américo Vespúcio escreveu, dando conhecimento ao Velho Mundo da descoberta de um Novo.
Espero que pelo menos, o “trade” turístico faça uso.
* É médico sanitarista
1 Comments
Excelente artigo valorizando a historiografia sergipana. Realmente precisamos conhecer, valorizar e divulgar. Parabéns