A revista IstoÉ publica esta semana ampla reportagem sobre o risco de o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB) ser afastado da presidência da Câmara. “Para se manter no cargo, o enrolado presidente da Câmara tenta intimidar parlamentares financiados por ele”, escreve a revista.
A reportagem revela, ainda, ser sintomático do prestígio que Eduardo Cunha continua a desfrutar na Câmara, “a despeito da avalanche de informações sobre as contas bancárias mantidas por ele na Suíça. No total, estima-se que o peemedebista controle hoje a maior bancada do Congresso, com cerca de 100 parlamentares”.
De acordo com a IstoÉ, hoje compõem sua tropa de choque de Cunha parlamentares como André Moura (PSC-SE), Paulinho da Força (SD-SP) e Marcelo Aro (PHS-MG). As bancadas evangélica e da bala também estão empenhadas em convencer colegas a preservar o presidente da Câmara. São grupos bem articulados e que nos últimos meses, com o apoio de Cunha, viram temas de seu interesse prosperar no Parlamento.
Por exemplo, graça a influência do parlamentar, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou na quarta-feira 21, por 37 votos a 14, proposta de autoria do peemedebista que torna crime induzir ou auxiliar uma gestante a abortar. O tema foi incluído na pauta pela bancada religiosa, onde Cunha transita com desenvoltura.
Por ora, o espírito de corpo prevalece. Não se sabe até quando. Um deputado do PMDB afirmou que a estratégia traçada por Cunha para tentar preservar o mandato pode enfrentar dificuldades com o cerco se fechando sobre ele. “Se o Supremo aceitar a denúncia, vai ficar difícil segurá-lo”, disse.
(Crédito/Carta Capital)