A Sociedade Brasileira de Urologia – Seccional Sergipe, realiza nos hospitais Cirurgia e São José, ambos em Aracaju, o mutirão de postectomia, procedimento popularmente conhecido como cirurgia de fimose. A ação está agendada para o próximo sábado e contará com a participação de 15 urologistas, que voluntariamente vão retirar o excesso de pele peniana em pacientes que aguardavam na fila do SUS para serem submetidos à intervenção.
O mutirão encerra os trabalhos realizados durante o mês de fevereiro para intensificar a conscientização, prevenção e combate ao câncer de pênis. No Brasil, a doença tem provocado cerca de 600 amputações do órgão sexual masculino por ano, segundo informações da SBU, com dados do Ministério da Saúde. Com maior predominância de casos nas regiões Norte e Nordeste, no período de 2011 a 2021, essa neoplasia causou a morte de mais de quatro mil homens.
A fimose é um dos quatro principais fatores para o surgimento da doença, pois o excesso de pele na região da glande (conhecida como cabeça do pênis) impede que haja uma boa higienização do órgão sexual. E a falta de uma correta limpeza da genitália, muitas vezes em decorrência de precárias condições de saneamento básico, é outro fator agravante.
Sem esgoto sanitário
No dia 23 de fevereiro o IBGE divulgou os dados do Censo Demográfico 2022, e mostrou que 49,03 milhões de pessoas no Brasil ainda vivem sem esgotamento sanitário adequado (24,3% da população); que 27,08 milhões (13,4%) não têm água por rede geral de distribuição; 4,81 milhões (2,4%) não possuem água encanada; e 1,18 milhão (2,4%) não tem banheiro em casa. Esses índices contribuem diretamente para o surgimento do câncer de pênis.
Além desses itens, também colaboram para o desenvolvimento da doença infecções por HPV, resultado de sexo desprotegido, e o tabagismo. Mesmo sendo uma doença muito fácil de combater, bastando, principalmente, a boa e correta higienização do órgão sexual masculino com água e sabão, o câncer de pênis ainda tem acometido muitos homens.
“É alto o índice de pessoas que chegam aos consultórios urológicos, aqui em Sergipe, com a doença. Por isso dedicamos todo o mês de fevereiro à intensificação da presença da SBU/SE na mídia local falando sobre o tema, informando sobre os sintomas, causas e consequências deste tipo de câncer”, explica o médico urologista David Lima, presidente da SBU/SE.
Por ser uma cirurgia de baixa complexidade, o paciente recebe anestesia local e no mesmo dia é liberado para ir para casa. David Lima lembra que o câncer de pênis acomete homens com idade em diversas faixas etárias, sendo mais prevalente acima dos 50 anos, e surge como uma pequena ferida, que nuca cicatriza, na região genital. Os sintomas mais comuns da doença são coceira, surgimento de lesões (feridas) que não cicatrizam, e/ou caroços na virilha, manchas, mau-cheiro, e secreção de odor fétido.
União pelo bem comum
O presidente da SBU aproveitou a oportunidade para agradecer aos colegas médicos urologistas que se disponibilizaram, voluntariamente, a ajudar nesta importante causa; às direções dos Hospitais Cirurgia e São José, que juntas disponibilizaram, sem custo, nove salas cirúrgicas; à Apple Confecções, que doou os banners para a campanha; à Handle, pela doação das camisas; e à farmacêutica GlaxoSmithKline (GSK), pelo apoio logístico.
Foto:G/T