O Assentamento Emília Maria, no município sergipano de São Cristóvão, acaba de conquistar a assinatura do termo de posse das terras ocupadas há oito anos. Localizado na fazenda São José, o assentamento passa a ser regularizado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Ao todo, foram beneficiadas 160 famílias que há mais de oito anos lutavam pela posse de seus lotes.
Com a regularização, cada família beneficiada recebe o direito de permanecer e utilizar a terra para atividades produtivas, assegurando seu sustento por meio do trabalho agrícola. Até a obtenção do título definitivo de propriedade, os lotes seguem sob posse do Incra, não podendo ser vendidos, alugados ou cedidos a terceiros. Emocionada, dona Gorete, mãe de Emília Maria, a quem o assentamento homenageia, demonstrou a gratidão pelo grupo que manteve viva a memória de sua filha, reafirmando o orgulho de ver a realização da luta de seu movimento.
De acordo com o deputado federal João Daniel (PT), a área será destinada a um novo projeto de assentamento, com foco na preservação ambiental e na produção agroecológica de alimentos. “Essa vitória é fruto de muita dedicação e resistência. Nosso mandato esteve presente, ao lado de todos os companheiros e companheiras”, frisou. Segundo o parlamentar petista, após anos de luta, a assinatura do termo de posse da propriedade foi possível graças ao trabalho do Incra, que adquiriu o imóvel por meio de leilão.
“Essa vitória não é apenas de vocês, não é apenas nossa, mas fruto de uma luta muito bem organizada, onde vários atores se envolveram. Vamos trabalhar para que esta área se desenvolva com sustentabilidade, garantindo educação de qualidade e fortalecendo as parcerias necessárias para ampliar os serviços nessa localidade”, afirmou Júlio Nascimento, prefeito de São Cristóvão.
Assentamento Emília Maria
O Assentamento Emília Maria surgiu como um acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) há oito anos, quando cerca de 80 famílias ocuparam a fazenda São José sob a coordenação do Coletivo Estadual de Juventude. Batizado em homenagem a Emília Maria, jovem militante do MST que se destacou na luta pela reforma agrária, o espaço foi concebido como um território de conquista material e formação política, especialmente voltado para a juventude. Agora, com a regularização da terra, o assentamento se consolida como um exemplo de desenvolvimento sustentável e preservação ambiental.
Foto: PMSC