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A epandemia da covid-19, além de ter impactado diretamente o dia a dia das pessoas nas suas rotinas de trabalho, bem como a economia mundial, afetou de maneira significativa a educação básica, prejudicando alunos e criando um déficit educacional em todo o país, o que não foi diferente em Aracaju.
A necessidade de implementar aulas remotas, como medida necessária para o controle da pandemia, provocou prejuízos ao processo de alfabetização na rede municipal de ensino da capital sergipana, devidamente identificados pela Secretaria Municipal da Educação após a retomada das aulas presenciais.
Para reverter esse quadro, a Prefeitura de Aracaju, por intermédio da Secretaria Municipal da Educação (Semed), implantou, de maneira pioneira em Sergipe, a Avaliação Diagnóstica, estratégia a partir da qual as escolas municipais atingirão, até o fim do ano letivo 2023, a alfabetização plena de seus alunos.
Implantada em 2022, a Avaliação Diagnóstica é aplicada em três momentos distintos do ano letivo – no início, no metade e no fim do período -, as chamadas Avaliação Diagnóstica de Entrada, de Percurso e de Saída. Essa estratégia é coordenada pelo Departamento de Educação Básica do Município (DEB) e busca garantir o aprendizado dos alunos da rede municipal no tempo correto.
De maneira geral, o objetivo desta estratégia é identificar e mapear a situação dos estudantes em relação ao conhecimento acerca dos conteúdos estudados ao longo do período letivo, para traçar ações pedagógicas direcionadas a cada aluno, em conformidade com as suas necessidades. Além desta iniciativa, para qualificar ainda mais o aprendizado dos alunos da rede municipal, a Semed desenvolve outras estratégias pedagógicas, a exemplo do Reforço Escolar e da Prova de Leitura, esta última aplicada a cada 45 dias.
Entre os últimos dias 19 e 22 de junho, a Prefeitura de Aracaju realizou a Avaliação de Percurso, a segunda do ano letivo 2023, aplicada aos alunos do 2º ao 9º anos, cujos resultados estão, no momento, sendo analisados pela Coordenadoria de Ensino Fundamental (Coef/Semed). Cada um dos mais de 18 mil estudantes que são submetidos ao exame pedagógico são avaliados de forma individual, o que garante um resultado ainda mais efetivo e garantidor para as medidas voltadas ao aprendizado.
Avaliação Diagnóstica de Entrada
De acordo com o secretário da Educação de Aracaju, professor Ricardo Abreu, logo na primeira semana do ano letivo, os alunos da rede municipal de ensino são submetidos à chamada Avaliação Diagnóstica de Entrada. De posse dos resultados, as escolas identificam de forma antecipada as deficiências do aprendizado de cada um dos alunos e elabora estratégias específicas.
“Nós precisamos registrar a situação na qual o aluno está ingressando na rede, porque é a partir desse tipo de informação que conseguimos entregar para as escolas e professores os dados que farão com que eles adequem seus planejamentos anuais. Essas são ações simples, mas que fazem toda a diferença. Se há uma escola que vai abrir cinco turmas de primeiro ano e temos alunos heterogêneos nessas turmas, por exemplo, eu entrego às escolas a proficiência desses alunos e elas podem agrupá-los por sala, a partir de seu nível de conhecimento de leitura, por exemplo”, destaca Ricardo Abreu.
São ações como essas, ressalta o secretário municipal da Educação, que se materializam operacionalmente em prol do desenvolvimento das escolas municipais de Aracaju. A Avaliação Diagnóstica de Entrada serve para que a gestão pública possa refinar o planejamento que é feito no início do ano letivo, uma vez que possui metodologias que permitem acompanhar o aluno de forma individual. Dessa maneira, é possível estabelecer quais tipos de atividades o aluno precisa realizar para que possa desenvolver a sua leitura no âmbito textual, outro a nível frasal e assim por diante, de forma progressiva, contemplando o aprendizado de maneira geral.
Avaliação Diagnóstica de Percurso
Em meados do meio do ano letivo, entre os meses de junho e julho, a Prefeitura de Aracaju aplica a chamada Avaliação Diagnóstica de Percurso, que possui funções distintas da anterior. A partir dessa segunda prova, a Semed passa a dispor de informações que podem apontar se todas as medidas adotadas pela pasta, que foram tomadas após o resultado da Avaliação Diagnóstica de Entrada, surtiram o efeito almejado ou se será preciso maximizar esses processos.
“Saímos de um paradigma em que observávamos o desempenho do aluno apenas em dois momentos: no início do ano letivo, por meio de um trabalho pedagógico especulativo, um trabalho mais genérico, sem uma base sólida como a que temos atualmente com essa avaliação que nos traz dados concisos sobre os alunos; e no final do ano, com o aluno sendo aprovado ou reprovado. Antes, quando você passava a ter essas informações sobre o aluno, não tinha mais como reverter uma situação de reprovação, por exemplo, porque o tempo para o aprendizado e para cuidar de forma precisa as deficiências no aprendizado já havia passado”, conta Ricardo.
No entanto, salienta o gestor, com a Avaliação Diagnóstica, a Semed insere uma etapa entre o início e o final do ano, momento em que é possível avaliar individualmente os estudantes e saber como cada um deles se portou em termos de aprendizagem ao longo do primeiro semestre. É a partir disso que são criadas estratégias para o segundo semestre, ampliando a garantia do aprendizado de qualidade.
A Avaliação Diagnóstica de Percurso permite ainda retificar rumos que eventualmente não foram devidamente colocados e implementar novas estratégias pedagógicas em substituição àquelas que não apresentaram resultados satisfatórios no primeiro semestre. Esse passa a ser um ponto de controle que, mais à frente, evita o insucesso escolar no final do ano letivo e, principalmente, que esse aluno não chegue ao final do seu respectivo período letivo sem saber ler.
Avaliação Diagnóstica de Saída
No final do ano letivo, a Prefeitura de Aracaju aplica a Avaliação Diagnóstica de Saída, para identificar se as estratégias pedagógicas desenvolvidas durante o ano pela Semed surtiram o efeito planejado. Além disso, é também nesta prova que administração municipal analisa e prepara as ações para serem desenvolvidas no ano letivo seguinte, identificando como cada aluno encerrou o período completo de aulas e com quais capacitações ele iniciará o próximo.
“Nosso sonho é que isso traga uma revolução muito grande na rede municipal de ensino. Precisamos chegar a um ponto em que a sociedade precisa sim se escandalizar com aluno que reprova. A reprovação não deve existir, ela é um fenômeno que precisa ser combatido ao máximo, ao seu limite, como temos feito. Quando estamos falando de escola pública, esse aluno custa em torno de R$ 1 mil mensais. Então estamos falando de uma escola pública que precisa ser de qualidade mas que não é exatamente de graça. O dinheiro sai dos cofres públicos e, diretamente, do bolso dos contribuintes, por isso devemos adotar políticas como a que temos com a Avaliação Diagnóstica, para garantir resultados e que, no final do ano letivo, o aluno tenha atingido as competências e habilidades necessárias e compatíveis com a sua idade escolar”, ressalta o secretário da Educação.
Essas três Avaliações Diagnósticas dão às escolas informações necessárias para o acompanhamento contínuo do desenvolvimento escolar dos seus alunos. Com elas, não se justifica mais a reprovação do aluno sem que a Secretaria saiba exatamente o desempenho desse estudante ao longo do ano, identificando suas deficiências pedagógicas.
“Hoje, a Avaliação Diagnóstica é algo de que não abrimos mão. Na gestão moderna da educação é preciso operar a partir de dados reais e mensuráveis e é preciso que tenhamos esse compromisso com a educação do estudante. A escola é a instituição educacional e nós professores somos os profissionais dessa educação, enquanto a criança, por mais que nós tenhamos que respeitar sua individualidade, ela é alguém a ser conduzida nesse processo. O aluno é protagonista do seu destino, escreve seu futuro, mas existe uma relação profissional e institucional que precisa ser mantida, garantida e respeitada. Esse é o parâmetro com o qual nós estamos operando atualmente. Três Avaliações Diagnósticas para que possamos acompanhar a evolução dos nossos estudantes, principalmente no que diz respeito à alfabetização”, ressalta Ricardo.
Resultados satisfatórios
A partir da Avaliação Diagnóstica, e de outras ações voltadas à qualificação do ensino e do aprendizado dos alunos da rede pública municipal, a Prefeitura de Aracaju tem alcançado bons resultados nos índices educacionais. Ao final da pandemia da covid-19, a Semed identificou que 80% dos alunos eram analfabetos, e, após a implementação dessas estratégias pedagógicas, atualmente apenas cerca de 10% a 15% das crianças matriculadas no 3º ano não são leitoras fluentes, por exemplo. Até o final do ano, a meta é de que a Semed alfabetize 100% dos alunos na idade certaAlém disso, Aracaju está em posição de destaque nacionalmente no quesito alfabetização, por já desenvolver e ter criado um sistema próprio e de forma antecipada ao programa “Compromisso Nacional Criança Alfabetizada”, lançado em junho pelo Governo Federal. O Compromisso se baseia em cinco eixos – Gestão e Governança, Formação de Profissionais de Educação, Infraestrutura Física e Pedagógica, Reconhecimento de Boas Práticas e Sistemas de Avaliação -, e desde 2021, a gestão municipal colocou em vigor ações que contemplam todos eles, colocando-se como futuro case de sucesso no país.