Por Elton Coelho *
Tinha um campo de futebol, denominado de “Sal”, que beirava a Salina, uma perna de rio onde a gurizada do Bairro Grageru se deleitava em banhos antes ou após a “pelada” (jogo de bola).
Só pra situar na geografia territorial, esse campo de sal fica atrás onde hoje é o colégio Gonçalo Rolemberg e a Salina quando edificaram o Banese, da avenida Geraldo Sobral, Jardins.
Era festa dicotômica. Quando a maré baixava, jogávamos tranquilamente. O chão batido de sal explica a denominação. A bola rolava tranquilamente e traves oficiais davam o tom quase profissional da brincadeira. Quando de maré cheia, o jogo era regrado ou não existia, especialmente nas de março.
No jogo de bola em campo vasto de areia amarela compilada, a dor maior exalava quando ralávamos joelhos, tornozelos, cotovelos e ou outras partes do corpo. Ferida exposta na certa, com um certo grau de crueldade por ser sal. Doía.
Aí depois dos arranca rabos das “zonas de futebol” do Grageru, Luzia e Conjunto dos Motoristas, era partir pro abraço e voltarmos todos ensalinados, com corpos ardentes do sol e um bronze super natural.
Assim foram algumas das aventuras dos Guris do Grageru!
* É jornalista e nativo do bairro Grageru.