As cerca de 40 bandas filarmônicas de Sergipe estão ameaçadas de fechar as portas por falta de políticas públicas que as amparem. Esta foi a conclusão que chegou a audiência pública realizada, ontem, na Assembleia Legislativa. Organizado pelo deputado Samuel Carvalho (Cidadania), o evento reuniu maestros, músicos e parlamentares: “É uma pena que deixemos de formar centenas de futuros maestros, instrumentistas e compositores”, reclamou o diretor da Banda Filarmônica Santa Terezinha, de Japaratuba, maestro Gilberto dos Santos.
Em 2002, o Ministério da Cultura cadastrou 58 bandas filarmônicas no estado, número que, segundo Gilberto, foi reduzido nos últimos anos. Ele afirmou que o fechamento destas instituições sem fins lucrativos afeta diretamente milhares de jovens, que deixam de aprender música nas escolinhas mantidas pelas bandas. E o maestro está certo: somente a União Lira Paulistana, de Frei Paulo, cuida de 230 crianças em situações de risco e vulnerabilidade social.
Músico desde os oito anos de idade, o maestro Marcus Antônio Freitas Santos disse que as bandas enfrentam desafios como: falta de recursos para manter as escolinhas; dificuldade para adquirir instrumentos, fardamentos e outros materiais; transporte próprio para transportá-las às apresentações; e falta de motivação. “Muitos dedicam tempo e dinheiro para se formarem como músicos, porém não são reconhecidos pelo que fazem. Lamentavelmente, a cultura tem sido muito negligenciada pelos governos”, lamentou Marcus Antônio.
Fonte e foto: Alese