A inflação no setor de alimentação fora do lar em janeiro teve alta de 0,57%, segundo dados divulgados pelo IBGE. O indicador mostra aumento ligeiramente abaixo do registrado na alimentação dentro do domicílio (0,60%) e dos alimentos e bebidas (0,59%), que são os principais insumos para os estabelecimentos do setor. A média de inflação fechou pouco abaixo: 0,53%.
Embora com índices muito próximos no primeiro mês do ano, quando se olha o resultado dos últimos 12 meses a alta nos bares e restaurantes (7,82%) é bem menor do que a registrada na alimentação dentro de casa (12,29%), embora ambos tenham ficado acima da média de inflação no período (5,77%).
“Se por um lado isso significa que em termos relativos ficou mais atrativo para o consumidor comer fora de casa, por outro mostra que não estamos conseguindo recuperar o que foi perdido para a inflação dos alimentos e bebidas, nossos principais insumos, que aumentaram 11,07% no mesmo período”, explica o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci.
Sem manter cardápio
Pesquisa realizada em janeiro com 1.748 empresários de bares e restaurantes de todo o país revelou que metade deles ou não conseguiu aumentar o cardápio (23% dos entrevistados) ou fez reajustes abaixo da média de inflação (27%) nos últimos 12 meses. Outros 40% só repassaram a média de inflação. E apenas 10% dizem ter feito reajustes acima da média.
“O fator inflação explica, em parte, o fato de termos ainda 19% das empresas trabalhando com prejuízo em nosso setor. Nossa expectativa é que este ano a gente consiga baixar este índice e o controle da inflação se mostra muito importante para que isso aconteça”, completa Solmucci.
Empregos
Outro índice divulgado pelo IBGE, o Caged, mostrou que o setor de bares e restaurantes continua entre os que mais criam vagas de emprego formal no Brasil. Com mais de 115 mil novos postos de trabalho gerados em 2022, o setor de alimentação fora do lar ficou entre as atividades que mais abriram vagas novas no país. E também entre as primeiras que tiveram saldo positivo, com variação relativa de 9,96%, bem acima da média no país, que foi de 5,01%.
“O saldo de novas vagas em 2022 reforça a nossa posição entre os setores que mais empregam no Brasil. E a boa notícia é que esta tendência deve continuar em 2023. Em nossa mais recente pesquisa, um terço dos empresários diz que pretende aumentar o quadro ao longo do ano”, afirma Paulo Solmucci.
Entre as profissões que tiveram mais contratações, o setor de bares e restaurantes também marca presença no topo. Entre elas, destaque para atendente de lanchonete (45.193) e cozinheiro geral (36.828). Segundo Solmucci, “a maioria das vagas criadas no setor é o chamado primeiro emprego, que dá chance a jovens de entrar no mercado de trabalho e crescer – e muitos acabam também abrindo depois o próprio negócio”.
Fonte e foto: Abrasel