No perímetro irrigado de Canindé do São Francisco agricultores desafiam clima e solo com o auxílio da assistência técnica da Cohidro. Juntos, os bataticultores produziram 355 toneladas em 2020, e boa parte disso se deve ao produtor Gilson Jesus Santos. “Planto macaxeira, quiabo, inhame e batata o ano todo. De batata consigo arrancar de 80 a 100 caixas por semana, e vendo a R$60 cada. Minha família trabalha comigo direto; três filhos e três noras. Tudo é vendido para a população de Canindé mesmo e, graças a Deus, todo dia tenho dinheiro na mão – R$ 300, R$ 600, R$ 1.000”!, conta. O agricultor cultiva batata-doce em mais da metade dos seus 4,6 hectares irrigados pela água fornecida pela Cohidro.
De janeiro a junho de 2021, a produção da batata-doce no perímetro de Canindé já chegou a 254 toneladas, se aproximando do total produzido no ano passado e sugerindo que o produto está ganhando mais espaço no polo irrigado. Gerente do Califórnia, Eliane Moraes destaca o bom preço da batata-doce como principal incentivo para os irrigantes optarem pela lavoura. “E a gente incentiva, dando assistência técnica agrícola, além da água do nosso sistema de estações de bombeamento, canais e adutoras. Sem a água, não teria como esse cultivo prosperar no Alto Sertão. E se por um lado tem a água o ano todo para plantar, o sol forte do semiárido ajuda toda planta a crescer, e dificulta o surgimento de diversas pragas comuns em regiões mais úmidas”, avaliou.
Mesmo não encontrando no solo argiloso de Canindé a mesma facilidade para crescer que lhe dá o solo arenoso do Agreste, a batata-doce tem trazido alegria para trabalhadores como Cícero da Costa. No lote de Gilson Jesus, ele encontrou emprego e conhecimento sobre o cultivo. “É tudo graças ao Seu Gilson, que trouxe essa cultura diferenciada que não tínhamos aqui. Antes a gente até plantava, mas não tinha ciência, não sabia mexer direito. Depois que a batata chegou, está virando uma tradição”, destaca o trabalhador rural.