Diga-me como se chamas e te direi quem és. O IBGE divulgou o levantamento nacional de nomes brasileiros. O top five não poderia ser menos previsível: Maria é o nome mais comum (são mais de 11 milhões delas), seguidas de Joses, Anas e Joãos e Antonios. A grande verdade é que bem mais interessante, são os outros registros. Temos 130 mil nomes diferentes que nos avisam: entre os brasileiros existem Madonnas, Einsteins, Zeldas e Vaders.
Prince, por exemplo, pode até ter falecido no último dia 21. Mas ainda está presente no Brasil. Não em forma de música, em pessoas mesmo: 220 deles – sendo 27 mulheres -, para ser mais exato. Também temos 113 Djavans e 245 Cazuzas. Os RGs também têm espaço para os eruditos. Apesar do orgulho dos austríacos, podemos dizer que não tivemos um, mas 113 Beethovens. E os que preferem as divas do pop podem dizer que são do mesmo país que 386 Rihannas.
Aparentemente, a literatura também é um fator pesa na hora de fazer o registro da criança. São mais de 88 mil Iracemas, apesar da popularidade estar caindo – na década de 1950 o nome teve seu momento de hit, eram quase 21 mil mulheres homenageando a índia do José de Alencar. Em 2000, o número caiu para 488. Mais juvenis, as Emílias também marcam presença com 51 mil crianças registradas – a maioria delas no Paraná. Também são 21 Capitus que, independente de terem traído ou não, são compatriotas de 92 Hermiones e dos 29 Hamlets.
Quase empatados
A disputa de Senna e Schumachers talvez seja mais acirrada nos cartórios do que realmente foi na pista. Os dois pilotos estão tecnicamente empatados, ambos na casa dos 30. O brasileiro com 36, quatro a mais do que o alemão, garantindo a pole por enquanto. No futebol, por outro lado, o Brasil perde mesmo. Temos 112 Pelés, contra 165 Maradonas, nenhum vindo da Argentina – a maior parte deles nasceu no Maranhão.
Além dos já citados homônimos do criador da Teoria da Relatividade, o Brasil também conta com mais de 9 mil Newtons, 480 Darwins, e 187 Lavoisiers. Aliás, vale o registro: as coisas se perdem, sim, no mundo do químico francês. Na década de 1970, o nome alcançou 42 novas crianças (o ápice), mas desde os anos 1990 ninguém foi batizado assim.
Preocupante mesmo, na verdade, é o fato de termos 188 Hitlers com direito a CPF – sendo que 24 deles foram registrados a menos de 20 anos. Todos nascidos no sudeste do país. Pelo menos temos 64 Gandhis (e outros 43 Gandis) para dar uma equilibrada. Menos mal.
Fonte: Superinteressante