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Centrão derruba mais um ministro de Bolsonaro

Ernesto Araújo caiu em desgraça ao tentar peitar o Congresso

O Centrão do Congresso acaba de derrubar mais um ministro do Presidente Jair Bolsonaro. Pressionado pelos congressistas, Ernesto Araújo pediu demissão do Ministério das Relações Exteriores. Antes dele, o presidente se viu forçado pelos aliados na Câmara Federal e no Senado a substituir o general Eduardo Pazuello do Ministério da Saúde pelo médico Marcelo Queiroga. Segundo fontes do Palácio do Planalto, Ernesto Araújo pediu para sair para não ser demitido.

No Palácio do Planalto, a informação é de que não havia mais como Araújo permanecer no governo depois dos ataques que fez à senadora Kátia Abreu. Há uma rebelião no Senado contra o agora ex-ministro. O governo teme que, com Araújo no governo, os senadores ponham em prática a CPI da Covid, que está na gaveta do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Bolsonaro estava resistente em demitir Araújo, mas foi aconselhado pelos assessores mais próximos, inclusive os ministros militares, a abrir mão do subordinado, um dos mais radicais do governo, para manter uma boa relação com o Congresso neste momento em que a popularidade do governo despenca.

Atrás de um substituto

Agora, o presidente da República corre atrás do substituto de Araújo. A lista de candidatos inclui os nomes de Nestor Forster, embaixador em Washington; Luiz Fernando Serra, embaixador em Paris; e Maria Nazareth Farani Azevêdo, cônsul-geral em do Brasil em Nova York. Também há a opção do almirante Flávio Rocha, que chefia duas secretarias do governo, a de Comunicação e a de Assuntos Estratégicos.

Ernesto Araújo representa a extrema-direita no governo. Por conta de sua postura radical, fechou portas importantes na diplomacia, sobretudo com os Estados Unidos e China, as duas principais potências do planeta. Nunca, na história do Itamaraty, o Brasil foi visto como pária, como agora. O filho 03 de Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, é o maior protetor de Ernesto Araújo no governo. Mas o deputado não conseguiu segurar o protegido, sob o risco de o pai comprar uma briga monumental com o Congresso. O presidente preferiu optar pelo bom senso neste momento.

Fonte: Congresso em Foco (Foto: EBC)

 

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