Após quatro anos da inauguração em estrutura provisória no município de Nossa Senhora da Glória, a Universidade Federal de Sergipe deu início, no dia 8 de outubro, à obra de implantação da fazenda experimental onde funcionará a estrutura definitiva do Campus do Sertão.
A primeira etapa compreende a execução da terraplanagem, pavimentação, drenagem, entrada de energia e iluminação pública, com um investimento de R$ 6.563.061,42. A segunda etapa, já contratada, engloba a execução de duas edificações: Laboratórios Didáticos 1 e 2 (cada um com 1.310 m²), destinados às salas de aula, auditório e laboratórios. A previsão orçamentária para a execução desses prédios alcança R$ 6.146.187,05.
Será construído também o Centro de Vivência (já licitado), com 5.661,90 m², num investimento de R$ 12.815.038,10. O assessor do reitor Jorge Antonio Gonçalves, da Divisão de Projetos e Orçamentos (Dipro), explica que será um complexo com quatro edifícios interligados por um grande pátio central.
Conforme o diretor do campus, Jodnes Sobreira, a previsão de entrega das obras é 2021. “A vivência, que será o coração do campus, deve ficar pronta no final de 2021, porque a obra é um pouquinho mais complexa. Ela terá restaurante universitário, auditório para mais de 240 pessoas, biblioteca, setor administrativo da fazenda, lojas de serviços, centros acadêmicos, gráfica da universidade, entre outros serviços. A nossa ideia é que a universidade seja autossuficiente”.
O campus do Sertão é fruto de parceria entre a UFS e Governo do Estado, Ministério Público do Trabalho, Prefeitura de Nossa Senhora da Glória, Embrapa, movimentos sociais organizados e os pequenos produtores rurais da região. A fazenda experimental do campus foi cedida pela Embrapa, num terreno que corresponde a uma área de 699.280,46 m².
Sua metodologia de ensino é a Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) – o mesmo modelo adotado no campus de Lagarto. A ideia é que os estudantes possam desenvolver, de forma participativa e em contato com a comunidade, conhecimentos, habilidades e atitudes que os auxiliem na construção de um pensamento crítico, oportunizando-os, assim, a assumirem uma postura proativa diante dos problemas encontrados em campo.
Criado para atender melhor a região Nordeste, em especial o Alto Sertão sergipano, o campus que funciona desde novembro de 2015 oferece quatro cursos na área das Ciências Agrárias: Medicina Veterinária, Engenharia Agronômica, Zootecnia e Agroindústria.
Anualmente são ofertadas 50 vagas para cada curso. Os candidatos que tiverem cursado todo o ensino médio em escolas regulares e presenciais em municípios do semiárido sergipano têm direito ao argumento de inclusão regional correspondente ao acréscimo de 10% na nota final. O acréscimo tem efeito apenas classificatório, não sendo levado em consideração na análise dos critérios eliminatórios.
Para o reitor da UFS, Angelo Roberto Antoniolli, a fazenda experimental vai integrar a formação dos estudantes às pesquisas produzidas nas Ciências Agrárias, capacitando a sociedade sertaneja. “O objetivo é fazer parte do arranjo produtivo local, agregar valores à região. Por isso, desde o início, pensamos a estrutura da formação acadêmica de pesquisa com foco para o melhoramento do setor agropecuário, assim como para a integração com a sociedade. Vamos, sem dúvida nenhuma, engrossar as fileiras produtivas daquela região nos aliando à Embrapa Semiárido, que cedeu o terreno da fazenda experimental”.
(Com Ascom/UFS)