A temporada reprodutiva das tartarugas marinhas se iniciou neste mês e vai prosseguir até maio de 2023. É grade a expectativa de quem, junto com a Fundação Projeto Tamar, possui a missão de promover a recuperação das populações das cinco espécies de tartarugas encontradas no Brasil. São os biólogos, oceanógrafos, trainees e estagiários, profissionais que integram a equipe de pesquisa do Tamar.
Segundo Fábio Lira, biólogo executor da base de Abaís, em Sergipe, essa temporada reprodutiva de 2022/23 tem algo muito especial. “Ela representa o retorno às atividades após um período muito complexo que passamos durante a pandemia e que trouxe muitas incertezas quanto aos anos seguintes, e possibilita um maior envolvimento e a participação do público em algumas das nossas atividades (caminhada de filhotes e abertura de ninhos)”, frisa.
Desde setembro passado, o monitoramento de praias é intensificado no litoral de Sergipe, Rio de Janeiro, Espirito Santo, Bahia e Rio Grande do Norte. “A equipe está muito animada com a próxima temporada de desovas de tartarugas marinhas. Nos últimos anos temos um crescente número de desovas de tartaruga-de-pente e, claro, de filhotinhos. Na temporada passada, nasceram cerca de 70 mil tartaruguinhas, onde 99% correspondem a essa espécie, ameaçada de extinção”, explica Eduardo Lima, coordenador regional do Rio Grande do Norte.
Espécies ameaçadas
Das sete espécies de tartarugas marinhas do mundo, cinco são encontradas no Brasil, se alimentando e reproduzindo. A tartaruga-cabeçuda, a tartaruga-de-pente, a tartaruga-de-couro, a tartaruga-oliva e a tartaruga-verde. Segundo a última publicação da Lista de Vermelha de Espécies Ameaçadas brasileiras, quatro das cinco espécies de tartarugas marinhas encontram-se em algum grau de ameaça de extinção.
As ameaças são muitas, como as luzes artificiais na orla, a interação com as atividades de pesca e a poluição marinha, mas ações como as desenvolvidas pelo Projeto Tamar há mais de 40 anos, juntamente com o esforço feito por outras instituições e pela sociedade como um todo, são fundamentais e devem ser continuadas para garantir a proteção desses animais incríveis no Brasil.
Fonte e foto: Projeto Tamar