O Brasil comemora, nesta segunda-feira (19), os 80 anos do “rei” da música brasileira: Roberto Carlos. A alcunha conferida ao cantor pode não ser um título de fato, mas seu reinado musical está registrado na história do MPB. Roberto Carlos cantou na Rádio Nacional antes mesmo de gravar o seu primeiro disco. Sucesso da Jovem Guarda, ele conta que recorreu bastante à Nacional para divulgar suas canções. Em depoimento à emissora, Roberto Carlos revela ter sido frequentador assíduo de programas de auditório transmitidos na época, principalmente os comandados por Paulo Gracindo.
Roberto Carlos estudou no Conservatório Musical de sua cidade e aos 9 anos era a principal atração da Rádio Cachoeiro, quando imitava o cantor Bob Nelson. Quando tinha 12 anos, mudou-se com a família para Niterói no Rio de Janeiro, onde começou a frequentar programas de jovens, cantando bolero e samba-canção. Mais tarde a família mudou-se para o subúrbio de Lins da Vasconcelos, cidade em que ele conheceu o cantor Tim Maia.
Em 1957, com a popularização do rock in roll americano, Roberto Carlos, junto com Tim Maia, Arlênio Lívio e Wellington Oliveira, formam a banda “The Sputniks”. O conjunto participou do programa de Carlos Imperial, na Rádio Tupi, o Clube do Rock, e se saiu muito bem. Porém, Roberto sonhava em cantar sozinho e iniciou suas apresentações no programa de Imperial. Algum tempo depois, já cantava na boate do Hotel Plazza, imitando João Gilberto.
Decidido a gravar um compacto, Roberto e Imperial foram até a gravadora Copacabana, mas Roberto foi aconselhado a desistir da carreira, Depois de tentar em várias gravadoras, conseguiu gravar na Polidor, porém vendeu muito pouco e o contrato foi encerrado. Em 1960, Imperial procurou Roberto Corte Real da gravadora Colúmbia e finalmente em agosto foi lançado o compacto com as músicas: “Canção do Amor Nenhum” e “Brotinho sem Juízo”. Era mais uma abertura para Roberto.
Primeiros sucessos
Algum tempo depois de lançado o compacto, Corte Real chamou Imperial, decidido a mudar o estilo de Roberto e lançá-lo com bolero e música de juventude. Poucos dias depois, Roberto gravou o compacto com o chá-chá-chá “Louco por Você” e o bolero “Não é Por Mim”, lançado em 1961. Foi o começo do sucesso. Nesse tempo, Roberto conheceu Erasmo Carlos, que se tornaria o seu maior parceiro musical.
Em 1963, com o lançamento do disco “Splish splash”, com as músicas, “Parei na contramão”, “O calhambeque” e “É proibido fumar”, Roberto iniciou sua carreira de grande sucesso. Em setembro de 1965, estreou o programa “Jovem Guarda” que alcançou os maiores índices de audiência, tendo a frente o ídolo Roberto Carlos e ao seu lado, Wanderléa e Erasmo Carlos. Antes de terminar o ano de 1965, Roberto compôs, junto com Erasmo, aquela que se tornaria seu maior sucesso “Quero que vá tudo pro inferno”.
Apesar de continuar cantando músicas de outros compositores, Roberto Carlos, junto com Erasmo, compôs “Eu te darei o céu”, “Querem acabar comigo”, “Eu estou apaixonado por você” e “Namoradinha de um amigo meu”, que foram as músicas mais tocadas durante o ano de 1966. Em 1968, Roberto Carlos viajou para San Remo, onde foi participar do famoso Festival da Canção. Depois de conquistar o primeiro lugar, com a música “Canzone per te”, de Sérgio Endrigo, voltou consagrado.
Romantismo
Nos anos 70, com o esmorecimento do movimento da Jovem Guarda, Roberto mudou seu estilo e tornou-se um cantor e compositor basicamente romântico. Entre seus grandes sucessos se destacam: “Detalhes” (1971), “Como vai você” (1972), “Falando sério” (1977), “Na paz do seu sorriso” (1979), “Emoções” (1981) e “Fera Ferida” (1982). Com o sucesso da música “Nossa Senhora” (1993), os seus discos seguintes passaram a ter sempre uma música religiosa.
Desde 1961, Roberto conseguiu a incrível façanha de lançar um disco inédito por ano, interrompido apenas em 1999, por causa da doença de sua esposa, Maria Rita, que viria a falecer. Seus discos são sempre lançados no final do ano, perto das festividades natalinas. Roberto Carlos se tornou um campeão de vendas. Em 1994 bateu a marca de 70 milhões de discos vendidos. Fez milhares de shows em centenas de cidades, no Brasil e no exterior.
Seu fã-clube é um dos maiores de todo o mundo. Dezenas de artistas já fizeram regravações de suas músicas. Já lançou discos em espanhol e inglês, em diversos países. Roberto Carlos continua com suas apresentações por vários países, e todo ano produz um especial para a televisão, que vai ao ar na semana do Natal. Em setembro de 2011, o Rei, Roberto Carlos Braga se apresentou em Jerusalém, com o projeto “Emoções em Jerusalém”, onde fez um show e gravou cenas para o especial de final de ano.
Com informações e fotos da Agência Brasil