Por Emerson Sousa *
No ano de 2021, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o valor agregado bruto pelo setor industrial em Sergipe era de R$ 10,2 bilhões.
Considerando que o total de seu Produto Interno Bruto (PIB) ficou na casa dos R$ 45 bilhões, torna-se uma decorrência saber que o segmento industrial respondia por 22,3% desse agregado macroeconômico.
Uma importante informação que está por trás desse dado é que, no decênio 2011/2021, a Indústria sofreu uma perda de 7,4% em seu nível de contribuição para o PIB sergipano.
Ao mesmo tempo, Sergipe também perdeu participação no aglomerado industrial brasileiro.
Se, no início dessa fase, tal proporção era de 0,8%, ao seu final, ela decaíra para 0,5% desse mesmo montante.
Ou seja, se o Brasil efetivamente se desindustrializou, o pequeno estado nordestino o fez numa velocidade um pouco maior.
Mesmo assim, no ano de 2021, nele ainda existia um quantitativo de 3.259 empresas industriais registradas, o que significa somente 0,7% dos estabelecimentos nacionais do setor.
Naquela mesma data, as Microempresas – firmas com até 9 empregados – compunham 71,6% dos empreendimentos desse segmento produtivo. As Pequenas Empresas – de 10 a 49 empregados – respondiam por 20,8% dessas organizações.
Enquanto isso, as Empresas Médias – com 50 a 249 colaboradores – perfaziam 6,2% das entidades industriais e, por fim, as Grandes Empresas – com mais de 250 funcionários – cobriam o remanescente de 1,3% das entidades da área.
E saiba que quase a metade da Indústria sergipense (49,2%) é composta pelos Serviços Industriais de Utilidade Pública, mais conhecidos por sua sigla SIUP.
Nesse segmento estão inseridas as atividades relacionadas à geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica, bem como o abastecimento de água, tratamento de esgoto e gestão de resíduos sólidos.
Por sinal, na última década, esse subsetor expandiu em 19,8% a sua presença no interior da Indústria de Sergipe.
Os outros subsetores com relevância para a pequena unidade federativa são a Construção Civil (18,4%), o de Processamento de Alimentos (9,5%), a de Extração de Minerais não-metálicos (4,9%) e a de Químicos (2,7%).
Há de se salientar que Sergipe possui a mais industrializada das pautas de exportações da região Nordeste, uma vez que o setor responde por 99,1% de suas exportações para o exterior
Lembrando que 58,2% desse somatório é atendido pelo subsetor de Processamento de Alimentos.
Contudo, com um volume transacionado da ordem de US$ 117 milhões, em 2022, estado é o vigésimo terceiro colocado em exportações industriais do Brasil cobrindo tão somente 0,1% do agregado nacional.
Todos esses números mostram que a Indústria sergipana é pequena – muito pequena – no contexto geral do país.
No entanto, isso não quer dizer – nem de longe – que a Indústria não é importante para Sergipe.
Muito pelo contrário!
Ela é de extrema e vital importância para o bem-estar do povo sergipano.
E você vai ver isso nos próximos textos que virão sobre a Indústria Sergipana.
* É doutor em Administração e Mestre em Economia.