A pandemia da covid-19 aumentou ainda mais a preocupação em relação ao consumo excessivo de bebidas alcóolicas, já que causa sérios danos ao sistema imunológico, abrindo caminho para o novo coronavírus. O psiquiatra Luiz Scocca afirma que as pessoas que bebem muito se tornam um grupo de risco como são os idosos, diabéticos ou pessoas com doenças crônicas.
“As bebidas tiram nossa arma natural contra a infecção. Os usuários estão em desvantagem e se tornam um grupo de risco”. O especialista ainda explica: “O álcool diminui vários fatores de proteção imunológicas, destrói glóbulos brancos, anticorpos e toda a série de componentes que o corpo tem como imunoprotetores”, revela Luiz Scocca.
Bebem mais
Para agravar a situação, a pandemia e o isolamento social aumentaram o consumo de álcool. De acordo com uma pesquisa feita pela Organização Pan-Americana de Saúde, 35% dos entrevistados com idades entre 30 e 39 anos disseram beber muito com maior frequência no período.
Os momentos de estresse, preocupação e ansiedade são marcados pela maior procura por substâncias que diminuem, mesmo que temporariamente, esse desconforto. “A frase afogar as mágoas tem um pouco de verdade. Mesmo não sendo bom beber, as pessoas consomem para sair um pouco da realidade. O que é péssimo, já que o álcool tem um efeito muito curto para esse esquecimento e gera danos muito graves ao organismo”, alerta Scocca.
Riscos para adolescentes
Outra situação de atenção levantada pelo especialista é o aumento do consumo de bebidas entre os adolescentes. O psiquiatra ressalta que o isolamento fez com que os pais bebessem muito mais dentro de casa e o álcool ficou mais presente na vida dos filhos. “Os adolescentes e crianças então vendo pais consumirem muito mais em casa. As pessoas aprendem com os exemplos, os pais são exemplo. Para piorar, ainda há pais que acham que se o jovem beber em casa não é problema. Dizem que ensinam os mais novos a consumirem com responsabilidade. Mas isso é um absurdo”, diz Scocca.
Fonte: R7