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Cordão dos aliados

Por Adiberto de Souza *

Há muito não se via em Sergipe alguém ser defendido com tanta ênfase como foi, ontem, o prefeito Edvaldo Nogueira (PDT). Em nota pública, políticos do mais alto coturno condenaram a transformação a operação policial que investiga o Hospital de Campanha de Aracaju “num factoide midiático destinado a interferir nas eleições deste ano”. Saíram em defesa de Edvaldo ninguém menos do que o governador Belivaldo Chagas (PSD), o ex-governador Jackson Barreto (MDB), cinco dos oito deputados federais – inclusive o do PT – a bancada governista na Assembleia e vereadores da capital. Só faltou o bispo. Vixe! Para todos eles, o prefeito é “um político ético, cujo compromisso com a coisa pública sempre pairou acima de qualquer suspeita”. Após estranharem o baculejo dado pela Polícia Federal na Prefeitura, os defensores de Nogueira criticaram a oposição que, “sob o manto falso do combate à corrupção, apenas fazer política com a pandemia”. A nota pública soou como bálsamo para Edvaldo, agora sabedor que o cordão de aliados cada vez aumenta mais. Home vôte!

Mal-entendido

Costurar verbo é uma tarefa difícil, muitas vezes inglória. Nem sempre o artesão da palavra se faz entender pela metáfora escolhida. Foi o que aconteceu, ontem, com a nota “Advogado da morte”, aqui publicada. A Associação dos Procuradores do Estado de Sergipe enxergou no comentário uma agressão gratuita à categoria. Ao pé da letra, não houve a afronta aos defensores estatais. Por que faríamos isso? Diferente do que imaginou a entidade classista, quando sugerimos ao governo a contratação de um hipotético advogado da Morte foi para mostrar o quanto é grave defender a reabertura da economia justo quando a Covid-19 mata cada vez mais sergipanos. Mas se não conseguimos alinhavar o verbo a ponto de se fazer entender pela Associação dos Procuradores, pedimos as mais sinceras escusas, ao tempo em que também nos desculpamos com dona Morte e o seu dileto causídico por usá-los como figuras de linguagem. Cruzes!

Praga burocrática

Uma portaria da Adema tratando do licenciamento ambiental está tirando o sono dos agricultores e pecuaristas sergipanos. Segundo o líder do governo na Assembleia, deputado Zezinho Sobral (Pode), se a norma não for rapidamente revogada, causará graves prejuízos ao homem do campo durante a atual safra do milho. Por conta da tal portaria, algo em torno de 3,5 mil produtores terão seus financiamentos bancários negados. A direção da Administração do Meio Ambiente deve ser orientada pelo governo a desmanchar o mal feito o quanto antes. Misericórdia!

Costurando acordo

O DEM e o PSB seguem dialogando sobre as eleições em Aracaju. Ontem, a senadora Maria do Carmo bateu mão do Graham Bell e discou para o prefeituravel Valadares Filho. Ambos conversaram demoradamente sobre uma possível aliança para enfrentar o prefeito Edvaldo Nogueira (PDT). O impasse é definir qual dos dois partidos indicará o cabeça de chapa, pois os demistas não pretendem abrir mão tão facilmente de sua prefeiturável Georlize Teles. É aguardar pra ver no que dará mais esse colóquio político da terrinha. Aff Maria!

E ele falou!

E quem discursou na última sessão plenária da Assembleia foi o deputado estadual Vanderbal Marinho (PSC). Partidário do silêncio, o parlamentar fez uso da palavra por uma boa causa: defender as medidas de prevenção para o enfrentamento ao coronavírus. Pneumologista, doutor Vanderbal disse que a população precisa colaborar, cumprindo as medidas padrões de proteção, principalmente, no que tange ao uso de máscaras e o isolamento social. Bravo, bravo!

Decisões políticas

O senador Alessandro Vieira (Cidadania) se surpreendeu com duas canetadas jurídicas nas altas cortes brasilienses: “Tivemos duas decisões 100% políticas do Judiciário. Primeiro, o ministro Noronha (STJ) concede prisão domiciliar para a foragida mulher do Queiroz. Depois, Toffoli (STF) determina o envio ao PGR de todas os dados de investigações das Força Tarefa Lava Jato do Brasil. Os bandidos agradecem”, escreveu o cidadanista. Cruz, credo!

Na terrinha

E quem deve visitar Aracaju na próxima semana é o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello. Vem ver de perto os estragos feitos pela Covid-19 e saber como as autoridades estão enfrentando a pandemia. Certamente, o general questionará se as equipes de saúde da terrinha estão ministrando a Cloroquina às vítimas do coronavírus. A última vez que um ministro da Saúde esteve em Sergipe foi em junho de 2018. O titular da pasta naquela época era Gilberto Occhi, um velho conhecido dos sergipanos. Marminino!

De olho nas eleições

O Tribunal Regional Eleitoral já começou a discutir a segurança nas eleições municipais de novembro. Em reunião com o presidente do TRE, desembargador José dos Anjos, a cúpula da Polícia Militar apresentou o plano de ação referente à segurança nos dias do pleito. Também foram discutidas iniciativas visando combater crimes eleitorais, como a compra de votos, nos dias anteriores às eleições. Então, tá!

Passo de cágado

O Tribunal de Contas de Sergipe realizou, ontem, sessão plenária virtual para julgar 14 processos e 17 protocolos. Afastado para se tratar do coronavírus, o conselheiro Carlos Alberto Sobral foi substituído por Francisco Evanildo. Chamaram a atenção alguns processos com quase 10 anos de tramitação. Um deles data de 2012 e trata das contas do Fundo Municipal de Assistência Social de Cumbe, finalmente julgadas regulares. Demora mais um pouco, caducava. Crendeuspai!

Daqui não saiu

De um bebinho disposto a engrossar os números das abstenções nas eleições deste ano: “No dia 15 de novembro não me darei o trabalho de ir votar. Vou fazer o que estão pedindo há muito tempo: ficar em casa”. Danôsse!

Recorte de jornal

Publicado no jornal aracajuano O Tempo, em 3 de março de 1949.

* É editor do site Destaquenoticias

 

 

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