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Coronavírus faz aumentar problemas na saúde mental

Médicos acreditam numa onda das doenças mentais

Todos, de alguma forma, sentiram os impactos da pandemia coronavírus e tentam se acostumar com o novo normal. Os efeitos de uma realidade de restrições, em meio às drásticas mudanças, começam a se tornar evidentes e intensificam a discussão de uma quarta onda da doença: a emergência de saúde mental como consequências da crise sanitária.

Presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Antônio Geraldo da Silva relata que especialistas já perceberam um novo movimento de doenças mentais se formando. “Essa doença (covid-19) não vai ficar só na primeira onda, segunda onda e terceira onda. Nós vamos ter uma onda das doenças mentais, por vários motivos”, afirma o médico.

Casos de crises ou surtos de ansiedade e estresse são demandas cada vez mais frequentes nos consultórios. De acordo com uma pesquisa realizada em maio pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), 47,9% dos psiquiatras entrevistados perceberam haver um aumento nos atendimentos realizados após o início da crise. Vale destacar, ainda, que 89,2% dos médicos entrevistados relataram agravamento de quadros psiquiátricos nos pacientes. O levantamento revelou, também, que 67,8% dos entrevistados receberam novos pacientes após o início da pandemia. Outros 69,3% atenderam a pacientes que já haviam recebido alta médica.

“Gente que nunca teve um quadro psiquiátrico na vida começa a ter queixas por causa da situação vivenciada, esse quadro psiquiátrico vem por causa da pandemia. Depois, temos um segundo grupo, de pessoas que já tinham recebido alta e voltam a precisar de tratamento. Temos, ainda, quadros que estão sendo tratados e sofrem uma piora por conta dessa situação”, comenta Antônio Geraldo.

Em pauta nas consultas, necessidade de confinamento, risco de instabilidade financeira, possibilidade de contágio e morte. “A maior parte das pessoas sentiu angústia, medo, desesperança. As relações interpessoais ficaram abaladas para uns, para outros, o isolamento por conta da doença foi o fator mais perturbador”, detalha a psicóloga Adriane Garcia, do Centro Clínico do Órion Complex.

Rede de assistência

Com abordagens psicoterápicas, o Centro de Valorização da Vida (CVV), entidade sem fins lucrativos de prevenção do suicídio e apoio emocional, fortaleceu a rede de assistência. “Buscar oferecer ajuda tem sido ainda mais importante. Notamos que há muitas pessoas nesse movimento de acolher sem criticar, conversar e compreender os sentimentos daqueles que passam por momentos de tristeza, ansiedade, medo ou sensação de solidão”, explica a porta-voz e voluntária do CVV Adriana Rizzo.

Crédito: Brain Support

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