Vítima de coronavírus, morreu nesta segunda-feira (10), o coronel Carlos Augusto, da Polícia Militar de Sergipe. Ele estava internado há mais de um mês no Hospital São Lucas, em Aracaju. Seu quadro se agravou nas últimas semanas, tendo sido transferido para a UTI onde veio a falecer.
Com 54 anos de idade e natural de Frei Paulo, o coronel era pastor evangélico. Nas eleições municipais do ano passado, Carlos Augusto tentou, sem sucesso, se eleger vereador em Aracaju pelo Partido Republicanos.
Em janeiro de 2007, o então governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), anunciou a volta à ativa de três oficiais da Polícia Militar colocados precocemente na reserva pelo governo anterior. Entre eles estava o à época tenente-coronel Carlos Augusto Bispo, que foi imediatamente nomeado por Déda como chefe do Gabinete Militar do governo.
Nota de Pesar da Polícia Militar do Estado de Sergipe
A Polícia Militar do Estado de Sergipe informa com profundo pesar o falecimento do coronel da Reserva Remunerada, Carlos Augusto de Lima Bispo, de 54 anos de idade, ocorrido nesta segunda-feira, 10, no Hospital São Lucas, em Aracaju.
O coronel Carlos Augusto ingressou nas fileiras da Corporação no ano de 1989, tendo cumprido 31 anos de bons serviços prestados à segurança pública do nosso estado. Em sua brilhante trajetória na Corporação, o oficial exerceu diversas funções, com destaque para suas passagens como chefe de Gabinete de Segurança Militar durante a gestão do governador Marcelo Déda, diretor geral do Hospital da Polícia Militar, diretor da SMTT e, principalmente, como um dos grandes propulsores da Polícia Comunitária no estado de Sergipe.
Além de oficial da Polícia Militar, o coronel também exercia seu ministério como líder religioso e pastor evangélico, contribuindo com o direcionamento espiritual da comunidade cristã sergipana.
Nesse momento de dor e tristeza a PMSE presta solidariedade, bem como, pede a Deus que dê conforto à família e amigos para que possam enfrentar com serenidade essa imensurável perda.
Homenagem de um amigo
O artigo abaixo sobre o coronel Carlos Augusto é do professor doutor Jean Alves Cabral e foi escrito durante a campanha eleitoral de 2020:
Prezados amigos,
Eu conheci o meu irmão e amigo, Carlos Augusto Lima Bispo nos idos de 1996-1997 na gloriosa Aracaju.
Atuamos juntos em duas entidades, uma religiosa e a outra foi a Polícia Comunitária onde eu representava a ala evangélica e o memorável Frei Raimundo a Comunidade Católica. Carlos Augusto era Capitão e aquela iniciativa era inédita na História da Segurança Pública.Tenho que registrar aqui quatro pontos objetivos sobre nosso relacionamento nestes 24 anos:
(1º) Trata-se de homem de honra – e o que significa isto? Sujeito que defende posições dignas em termos de respeito à vida, segurança (sua área de expertise máxima) e, sobretudo, na defesa dos que carecem de ajuda e apoio – vi isto em nossa militância na organização religiosa, onde ele era Voluntário.
(2º) Trata-se de homem de responsabilidade inconteste – não só porque a sua carreira testifica de seu cumprimento do dever (próprio de um militar), mas porque é do tipo: “compromisso assumido é compromisso cumprido” – numa paráfrase do famoso: “missão dada é missão cumprida” – vi isto na liderança da Polícia Comunitária em Aracaju – Sergipe.
(3º) Trata-se de um homem amigo – e, neste ponto, vai um testemunho particular, dentre muitos que eu poderia citar aqui. À época em que residi em Aracaju (1996-1998), uma pessoa que era próxima à mim foi agredida por um marginal. Estávamos juntos em uma reunião, planejando como poderíamos atuar numa Campanha Missionária em regime de Voluntariado e ele estava obviamente em um dia de folga de seu ofício. A pessoa sabia que eu estava com ele e avisou à autoridade policial e logo o encontraram e ele prontamente deu-nos total cobertura em todo o incidente. Isto muito me marcou. Ele não estava de “serviço”, mas quem foi que disse que “o serviço não estava nele”?
(4º) Por fim, temos reatado nossa aproximação nos últimos 3 anos e digo “reatado” porque ele seguiu uma brilhante carreira, de sorte que o Capitão de outrora, conquistou um final de carreira como Oficial da máxima patente possível, enquanto eu lutei por aqui pelo meu lado para finalmente conseguir chegar na Academia Brasileira de Ciências, História, Artes e Literatura (Abrasci) – e, nesta reaproximação, percebo uma coisa que é indelével em sua personalidade e maneira de se comportar e pensar: não consegue dissociar de sua alma o espírito de voluntário, a têmpera de gestor que deseja iluminar com sua experiência e a figura que, no público é exatamente a mesma que conheço nestes 24 anos, no privado.
Lamento não ser residente em Aracaju (resido em Caruaru-PE) no momento das eleições deste 2020, porque faria Campanha Voluntária pela sua candidatura para uma cadeira na Câmara de Vereadores e, afirmo que, se os irmãos e amigos de Aracaju derem-lhe um voto de confiança ele não fará nada absolutamente diferente do que aqui acabo de testificar; ou seja, honrará o que para ele é sagrado, porque é doutrinário em sua confissão de fé cristã: a vida das pessoas é sagrada! – como lemos em 1ª Coríntios 3:16-17.
Meu irmão e amigo Carlos Augusto Lima Bispo, receba meu afetuoso abraço, minha estima, consideração e saiba que cá estou ao Vosso serviço!
Cordialmente,
Prof. Dr. Pr. Ac. Jean Alves Cabral