A Câmara de Aracaju acaba de aprovar o Projeto de Lei dispondo sobre a criação, o manejo e a realização de exposições de aves da raça Mura (galo de combate). De autoria do vereador Isac Silveira (PCdoB), a propositura também contribui para a preservação desta espécie, ao determinar que criadores e expositores sejam fiscalizados, visando evitar a submissão dos galos a tratamentos cruéis. Anteriormente, Projeto de Lei idêntico já tinha sido aprovado pela Assembleia Legislativa de Sergipe.
Luiz Alberto Santos, vice-presidente da Associação dos Criadores e Preservadores de Aves da Raça Mura em Sergipe, festejou a aprovação dos dois Projetos: “Estas iniciativas vão permitir desmistificar a criação deste animal. Infelizmente, o galismo tem sido estigmatizado há muito tempo, como se todo praticante desse criar fosse desprovido de conhecimento, quando entre nós existem pessoas de todas as classes sociais”, frisa. Criada no ano passado, a Associação já conta com 150 criadores de galo Mura.
Os dois Projetos de Lei também garantem a sobrevivência das aves, pois eram comuns operações policiais que apreendiam todos os galos de um critério e simplesmente os entregava no Zoológico de Aracaju para servir de alimento aos leões. “A gente defende o criar e preservar”, diz Alberto Santos, que já pensa em promover uma exposição destas aves em Aracaju, provavelmente em julho.
Sacrifício sem sentido
O vereador Isac Silveira, reclama da “insistência intencional de não se reconhecer a agressividade inata do galo Mura. Infelizmente, os órgãos de fiscalização cumprem, em tese, o seu papel que é retirar os galos que estão brigando ou não nas rinhas, colocam nas caçambas e os sacrificam”. Ele conclui que, diante deste comportamento, a tese da preservação dos animais cai por terra, porque os galos são todos mortos”, discursa.
Falando ainda sobre a discussão em torno da briga de galos, o vereador afirma que ninguém sabe explicar porque há um desejo belicoso nestas aves. “O homem não coloca nos galos a vontade de brigar, eles nascem com esse instinto”, conta. Por fim, Isac revela que estas aves não fazem parte de uma raça formulada em laboratório. O galo Mura é originário de nossa terra. Aliás, sobre esse tema existem pesquisas feitas na Universidade Federal da Paraíba tentando elucidar a agressividade natural dessas aves.
Origem
De acordo com o estudo “ Manuel de criação e manejo: Mura, galo de combate”, o Brasil recebeu as primeiras aves de raças combatentes logo no início de sua colonização. Estes animais foram trazidos pelos portugueses e eram originários da Índia, portanto aqui chegaram há mais de 500 anos, difundindo-se por todo o território brasileiro justamente por serem aves rústicas, de extrema resistência e adaptabilidade aos diferentes climas do nosso país de dimensões continentais.
Paralelamente à criação caseira para ovos e carne, estas aves também eram utilizadas em combates para o entretenimento dos nobres da corte e do povo. Logo se estabeleceu uma seleção relacionada às competições. Passou-se, então, a selecionar os animais mais fortes e com maior potencial genético de transmissão. Assim, como o próprio povo iniciou a criação de uma espécie única, resultado, pois, da mistura de várias raças combatentes, tais como o aseel indiano, o shamo japonês, o combatente inglês e o bankiva asiático. Do cruzamento de todas estas raças que eram trazidas e importadas pelos criadores, originou-se uma ave genuinamente nacional, a qual ficou conhecida como “raça Mura”, o verdadeiro galo combatente nacional.
Por Adiberto de Souza
7 Comments
Parabéns a esse estado de coragem e gente da gente
Parabéns ,seria bm que toda cidade liberasse essa lei , também sou criado ,
Sim.eu tenho.um.galo muito bom
Parabéns eu também sou criador de galo
Parabéns pela conquista, temos que nos unirmos, para conquistar em nossas cidades e estado, a união faz força
Parabéns a todos os envolvidos me criei na agricultura gosto de animais principalmente essas aves pretendo começar uma criação
Eu gostatia de saber de onde veio esse nome “mura”?