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Crianças pardas e pretas de Aracaju são 84% da fila de adoção

Eloísa, Maria e Jorge

Crianças pretas e pardas demoram mais na fila de adoção quando se comparado a crianças brancas. Em Aracaju, segundo o Cadastro Nacional de Adoção (CNA), 25 crianças estão aptas à adoção. Destas, 21 são pardas ou negras, o que representa 84% do total de pequenos à espera de um novo lar. Segundo o CNA, quanto maior for a idade e o escurecimento da pele, maior é o tempo de espera.

Dados do cenário nacional mostram que em 2015 o número de pretendentes que não tinham preferência por cor era de pouco mais de 15 mil. Hoje, conforme o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), dos mais de 46 mil pretendentes à adoção, mais de 24 mil não têm preferência por cor. Para a comunicóloga e agente política do movimento pela adoção responsável, Eloísa Galdino, os dados mostram um avanço, mas ainda é necessário um trabalho de conscientização maior.

“Dos 46 mil pretendentes, ainda temos cerca de 22 mil que optam por indicar a cor de preferência da criança. Vejam, estamos falando de preferência, como se esses meninos e meninas fossem mercadorias. Precisamos debater sobre esse tema”, afirma Eloísa.

A inserção da criança na lista de adoção não ocorre instantaneamente, assim que ela chega à unidade de acolhimento institucional. Durante o período em que a criança está acolhida, os profissionais realizam uma série de trabalhos com o objetivo de restabelecer os vínculos familiares. Se o processo de reinserção familiar falhar, e se não houver nenhuma forma da criança ficar com a família extensa, ela é inserida no CNA.

Amor à primeira vista

Eloísa é mãe da pequena Maria Vitória, criança negra, que está prestes a completar cinco anos. Há quase cinco anos , a pequena Maria chegou à família para preencher ainda mais o ambiente familiar e distribuir muito amor. “Hoje, eu não consigo me ver sem minha Maria. Cada dia é uma experiência nova, um desafio diferente. Maria me transforma. Ver o crescimento dela, a formação de sua personalidade, as suas descobertas, não tem preço. Maria tem amor, birra, aprendizagem, descobertas. Tudo igual, guardando as especificidades dela: é uma menina negra que chegou pelo caminho da adoção. E foi um encontro de almas desde o primeiro dia”, revela a mamãe.

Pai de menina

O engenheiro e empresário Jorge Santana, homem branco, pai de Maria e de outros dois filhos biológicos, desconhece amor igual. “Eu tenho dois filhos biológicos, Maria é minha terceira filha. Não há diferença no amor. Não há espaço para diferenciação, preferência. O amor é o mesmo. É mágico. Maria me proporciona experiências ao ser pai de menina que desconhecia até então. Eu sou feliz com minha pequena. Precisamos dessa consciência coletiva em relação aos pais que estão na fila de espera. Não há espaço para escolhas. É necessário respeitar as diferenças e mergulhar nesse amor, que é incondicional”, diz Jorge.

Fonte e foto: Assessoria de imprensa

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