* Por Marcelo Rocha
No último texto, chamava a atenção ao fato de como estava sendo tratada a sucessão na SSP/SE, especificamente em alguns veículos de comunicação. Havia destacado a forma diferenciada na lide de tal assunto, graduando a importância da informação do sucessor, a depender de qual instituição fosse, entre a polícia militar e a polícia civil, vez que uma poderia se “queimar” e merecia cuidados e a outra não.
Óbvio que não tive a menor pretensão de mudar esse paradigma, só se eu fosse arrogante e meio “mental do juízo” como diria Mução, em suas pegadinhas. A idéia era apenas “lembrar”, se não a quem pode fazer algo por isso, hoje, mas aos que o podem, amanhã. Frisando que é apenas lembrar, nenhuma outra pretensão além disso….. ou então… “mental do juízo”…
Eis que, passadas duas semanas, o quadro ainda é o mesmo.
As cartas e análises sobre os prováveis comandantes da PM pararam de surgir. Bem como as análises de perfis – que, por outro lado, temos a impressão, de não ser, via de regra, o principal aspecto considerado, em nosso país/estado, marcado pela mistura de política em decisões de cunho técnico. Mas isso é outro assunto.
Parece que a coisa agora estabilizou. (apesar de pipocaram “furos” nas redes sociais.)
Certamente o nosso Comandante-em-Chefe sabe que a questão é complexa e está tendo o cuidado necessário com ela, que certamente passará pelo crivo do novo secretário de segurança. Isso quando a mudança ocorrer, efetivamente.
Outro assunto: a subordinação administrativa da PM. Como vem sendo explicado nas últimas semanas, é direta ao Governador do Estado. Não há o que se discutir. Arrisco lembrar que o Cel Pedro Paulo, em 2001 ao aceitar novamente ser Comandante Geral da PMSE, exigiu do governador, inclusive, a autonomia financeira e administrativa da corporação, para que pudesse fazer o seu planejamento administrativo e dirigir a PMSE com a pertinência necessária.
Frise-se um enorme avanço na gestão da PMSE. Essa autonomia não reduz em nada a necessidade e a pertinência técnica da SSP, uma vez que a ligação operacional entre PM e SSP foi mantida. Ademais, essa autonomia já existe em relação à própria Polícia Civil, que tem seu orçamento próprio, como se pode observar no portal transparência Sergipe.
Por fim, uma coisa pode ser dita, se há mais de 20 anos não temos um PM no comando da SSP a nós não pode ser creditado o saldo crítico da segurança pública desde então. No máximo, podemos ser cobrados pelas nossas ações, mas todos sabem que as ações de segurança pública não se limitam às de polícia militar, pois quem assim pensa está a desmerecer todas as demais instituições componentes do sistema e os seus integrantes.
* Marcelo Rocha é capitão da Polícia Militar de Sergipe