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Delator acusa André Moura de receber propina de R$ 5 milhões

André Moura disse que nunca teve relação seus acusadores

O operador financeiro Ricardo Siqueira Rodrigues, alvo da Lava-Jato do Rio de Janeiro, afirmou em acordo de delação premiada firmado com o Ministério Público Federal (MPF) ter pagado R$ 5 milhões ao presidente nacional do PSC, pastor Everaldo, e ao atual secretário da Casa Civil do governador Wilson Witzel (PSC), André Moura (PSC), ex-deputado federal. Pastor Everaldo é um dos principais aliados políticos do governador fluminense.

O suposto repasse foi revelado a Rodrigues pelo empresário Arthur Pinheiro Machado, segundo o delator. Pinheiro Machado foi preso em abril de 2018 por suspeita de envolvimento em desvios em fundos de pensão públicos e presidiu o grupo educacional Alub, do Distrito Federal. Ele também é acusado de integrar o esquema de desvio de dinheiro público que

Lavagem de dinheiro

“Arthur Pinheiro Machado realizou diversos atos de lavagem de dinheiro, por meio de complexas transações transnacionais, para obter dinheiro em espécie no Brasil para pagar vantagens indevidas a agentes públicos”, afirma o MPF do Rio em denúncia oferecida contra ele em 15 de maio de 2018.

Siqueira Rodrigues e Pinheiro Machado foram os principais alvos da Operação Rizoma, desdobramento da Lava-Jato no Rio. Nos relatos feitos em sua delação premiada, Siqueira Rodrigues relata um suposto relacionamento que teria mantido com o PSC, além de tentativas de ingerência em fundos de pensão públicos. Uma delas teria sido uma ação para colocar

um aliado político na Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) e no fundo de pensão da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev).

De acordo com a versão do delator, Antonio Pinheiro Machado se aproximou de Pastor Everaldo quando o político era líder do PSC na Câmara, para garantir as indicações de cargos estratégicos em fundos públicos. O delator também afirma que se aproximou de André Moura com o mesmo propósito.

Pastor Everaldo e André Moura já foram acusados por delatores da Odebrecht. Everaldo teria recebido R$ 6 milhões em caixa dois da empreiteira para financiar sua candidatura à Presidência da República em 2014. De acordo com os delatores, a Odebrecht orientou pastor Everaldo a ajudar o presidenciável do PSDB, Aécio Neves, durante um debate realizado na televisão.

André nega

O secretário afirmou que nunca teve relação com o empresário Arthur Pinheiro Machado e o operador financeiro Ricardo Siqueira Rodrigues, alvos da Lava-Jato no Rio.

“O secretário da Casa Civil do Rio de Janeiro, André Moura, jamais indicou qualquer pessoa para ocupar cargos na direção nacional da Dataprev ou na Previc. E nunca teve relação com Arthur Pinheiro Machado nem com Ricardo Siqueira Rodrigues”, afirmou o ex-deputado, por meio de nota. Procurado, Everaldo Dias Pereira ainda não respondeu à reportagem.

Fonte: Jornal Valor Econômico

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