O deputado federal João Daniel (PT) denuncia que o governo Bolsonaro acabou com o Programa de Cisternas, muito festejado pela famílias do semiárido nordestino. “Apenas alguns recursos a partir de emendas parlamentares que estão sobrevivendo”, afirma o petista. O Programa se tornou uma das marcas dos governos de Lula (2002-10) e Dilma Rousseff (2010-16). Tratava-se de uma importante ferramenta no combate à seca, principalmente no Nordeste.
Apesar de sua importância para a região, a política de cisternas começou a ser desmontadas no governo de Michel Temer (2016-18) e abandonada pelo governo Bolsonaro (PL), que retirou do orçamento, levando o programa ao fim. Durante as gestões petistas foram instalados mais de 100 mil reservatórios, número que chegou muito perto de 1 milhão. Mas, para este ano, a projeção do Ministério da Cidadania é que apenas 3 mil reservatórios sejam entregues.
“As cisternas de placas, construídas a partir da organização social, especialmente pela ASA (Articulação do Semi Árido) levou água para milhares de famílias com qualidade, recolhendo água da chuva ou sendo levada por caminhões para manter água potável para famílias, principalmente para a região semiárida”, destaca João Daniel.
Política baixa
Com a retirada do orçamento e fim do Programa de Cisternas tanto o deputado João Daniel como as organizações que trabalharam em torno da política, atentam para o fato de que as cisternas são utilizadas, por meio das emendas parlamentares, para fortalecer currais eleitorais. “Virou um programa de política baixa, politicagem feita com que há de mais atrasado, do tempo dos coronéis, em especial da região semiárida”, denuncia o deputado.
Atualmente, a entrega das cisternas está relacionada a apoio político, ou seja, recebem as caixas d’água aqueles que prometem apoio político e não os mais necessitados. Ainda de acordo com o deputado João Daniel, há casos de famílias que chegam a receber duas cisternas, resultado daquilo que ele classifica como políticas dos tempos de coronéis.
Fonte: Revista Fórum