Vinte quatro anos depois do brutal assassinato capitaneado pela Polícia Militar do trabalhador rural Antônio Tavares Pereira, sua família começa a ver os primeiros indícios de justiça sendo praticados no caso. Nesta quinta-feira, 14, a Corte Interamericana de Direitos Humanos anunciou que o Brasil foi condenado nesta ação ocorrida em 2000, no Paraná. O parlamentar prepara uma audiência pública a ser realizada nos próximos dias para discutir esse e outros casos de atuação desproporcional de agentes de Segurança Pública.
À época, Antônio Tavares participava de um ato pela reforma agrária na BR-277, região de Curitiba, quando os manifestantes foram dura e covardemente reprimidos pela Polícia Militar. O ataque da PM provocou a morte de Antônio e ferimentos em mais de 180 trabalhadores.
Respiro de justiça
“Essa medida da Corte Interamericana é um respiro de justiça na luta pela reforma agrária, cuja repressão dos grandes latifundiários e megaempresários do agronegócio refletida na nossa polícia já provocou a morte de inúmeros militantes pelo direito à terra”, disse João Daniel.
O deputado também salientou a importância do reconhecimento do Governo Federal, na pessoa do ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Sílvio Almeida. Foi dele a declaração de que as reparações históricas como essa são “de suma importância”. Sílvio também afirmou que o Estado brasileiro não pode continuar tolerando o uso de força desproporcional por parte dos agentes de segurança.
“É essa a importância de termos um governo progressista, preocupado com as camadas mais vulneráveis da população e com os trabalhadores que lutam por melhores condições de vida. Avança muito o Brasil ao adotar essa perspectiva de reparação histórica de crimes cometidos por agentes do Estado. É assim que tem que ser e é neste sentido que continuaremos trabalhando e cobrando justiça em casos como este sempre”, completou o deputado federal.