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Do giz à internet: Tempos diferentes pedem ações diferentes

*Adriano Pistore 

Neste mês comemora-se o Dia do Professor, data instituída para celebrar o decreto que criou o Ensino Elementar no Brasil em 1827. De lá para cá são quase 200 anos, um período longo e de intensas transformações no sistema escolar e na forma de se ensinar e aprender. Principalmente neste ano, atípico, onde precisamos nos reinventar e redefinir os papéis, seja do aluno, seja do professor. Pode soar entranho, mas mesmo nesse contexto, todos ganham, com mais interação, informação e possibilidades de aprendizado.

Com a internet, o professor, figura central da escola, não perdeu sua importância. Muito pelo contrário, ele apenas a evidenciou, já que nesse período de pandemia ele precisou mudar suas metodologias para garantir que o ensino não fosse interrompido. Os professores têm sido, assim como os profissionais da saúde, heróis em seu campo de atuação, pois mesmo dentro de um Brasil de tantas realidades, têm conseguido driblar os desafios impostos e se reinventar, transferindo o ensino presencial para o ensino ao vivo pela internet.

É muito provável que pós-pandemia a máxima de que “temos escolas do Século XIX com professores do Século XX para alunos do Século XXI” tenha que ser repensada, pois grande parte dos professores têm se mostrado aberto às mudanças impostas e, sem dúvida, darão um salto em suas carreiras. Assim como os novos ambientes de estudo precisarão ser reinventados, com mais tecnologia inserida no contexto presencial. Escuto muito sobre estarmos perdendo um ano letivo e que devemos o quanto antes voltar para as salas de aula para recuperar o tempo perdido. Tem uma verdade nisso, mas não podemos olhar apenas sob essa ótica. Não devemos enxergar o ano como perdido, mas, sim, com o quanto aprendemos durante esse período e o que faremos com isso de agora em diante. A tecnologia conseguiu personalizar a Educação, tornando o aluno o centro do processo de aprendizagem. Os novos recursos possibilitam aulas direcionadas, pois temos retornos precisos sobre cada clique e conteúdo acessado, além de ampliar o acesso à informação, unindo o que já de melhor nos dois mundos.

A discussão em sala de aula vai retornar, mas agora temos em mãos ferramentas que antes não eram tão utilizadas e podem apoiar e otimizar o que será debatido em aula, além de possibilitar o desenvolvimento de mais atividades no ambiente virtual. Aulas por vídeo, debates, convidados, inclusive internacionais, podcasts, entre outras fontes de informação, agora permitem o professor acompanhar bem mais de perto o desempenho de seus alunos. A prova deixa de ser o único balizador do aprendizado.

Essa nova metodologia, onde o professor ensina o aluno a aprender e aprende com ele ao ensinar, faz com que o professor deixe de ser o portador do conhecimento para se tornar o mediador do processo de aprendizagem. Cabe a ele e às Instituições de Ensino Superior ofertar aos alunos, enquanto seres em formação, os mecanismos pedagógicos e tecnológicos necessários para que eles se tornem protagonistas de sua própria história, reforçando, assim, a missão do professor na sociedade, de forma atualizada com a nova realidade.

*Adriano Pistore, vice-presidente de Operações Presenciais da Estácio. 

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