Não há nenhuma evidência confiável de que alimentos ou embalagens podem transmitir Covid-19. Esta conclusão é de um estudo da poderosa Agência Reguladora de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA – sigla em inglês). “Os consumidores devem ter certeza de que continuamos a acreditar, com base em nosso entendimento das informações científicas confiáveis atualmente disponíveis, que é muito pouco provável que os alimentos ingeridos e as embalagens destes tenham capacidade de espalhar a SARS-CoV-2”, informou a agência.
Dessa forma, as chances de se contaminar com o novo coronavírus através de alimentos e embalagens seriam muito baixas e praticamente nulas. Para o professor de microbiologia da Universidade de Rutgers, Estados Unidos, os estudos que mostraram que o vírus pode sobreviver por horas ou dias em embalagens de alimentos usaram amostras de até 10 milhões de partículas virais, mas o número de partículas virais em uma superfície atingida por um espirro, por exemplo, é de menos de 100.
“Na minha opinião, a chance de transmissão por meio de superfícies inanimadas é muito pequena e apenas nos casos em que uma pessoa infectada tosse ou espirra na superfície e outra pessoa toca essa superfície logo após a tosse e o espirro (dentro de uma a duas horas)”, afirma o professor em artigo publicado na revista científica The Lancet.
O estudo da FDA revela ainda que a Covid-19 é uma doença respiratória transmitida de pessoa para pessoa, ao contrário das doenças virais transmitidas por alimentos, como a Hepatite A. “Embora haja relativamente poucos relatos de vírus sendo detectados em alimentos e embalagens, a maioria dos estudos se concentra principalmente na detecção da impressão digital genética do vírus, em vez de evidências de transmissão do vírus resultado em infecção humana. Dado que o número de partículas de vírus que teoricamente poderiam ser captadas tocando uma superfície seria muito pequeno e a quantidade necessária para infecção por inalação oral seria muito alta”, informou a FDA.
Fonte: Metro Jornal