Em Sergipe, 149 vítimas da Covid vão passar o Natal na UTI

Por John Santana

Natal. Tradicional celebração mundial que reúne famílias e amigos em momentos de harmonia, alegria e reflexão. A data, que exalta o nascimento de Jesus Cristo nas religiões cristãs, é esperada com ansiedade por muitos, contudo, este ano, a pandemia de Covid-19 tem trazido um elemento indesejável à ceia natalina de milhares de sergipanos: a angústia. E a razão, embora dolorosa, é simples de se entender: desde o início da pandemia, 105.673 pessoas foram infectadas em Sergipe e 2.427 morreram. São vidas ceifadas por um vírus que ninguém vê, mas que muitos ainda desprezam.

Mas, para além dos números supracitados, a incerteza sobre o quadro de saúde de familiares é outra grande questão que tem levado aflição aos lares. Segundo dados do portal “Todos contra o Corona”, plataforma oficial do Governo de Sergipe na divulgação de informações sobre a pandemia no Estado, até a última quarta-feira, dia 23, 149 pessoas ocupam leitos de UTIs nas unidades hospitalares sergipanas. O número é alto e, na soma total entre rede pública e privada, representa uma taxa de ocupação de 60,9% dos leitos de hospitais públicos e 76,1% dos particulares. A plataforma informa, ainda, que 8.126 pessoas, que recentemente testaram positivo para a Covid-19 estão cumprindo isolamento domiciliar.

Enfermarias cheias

Além disso, o levantamento revela, também, o grande número de ocupações dos leitos de enfermaria, sendo 161 na rede pública e 86 na rede privada. Desses, 96 leitos das unidades públicas estão ocupados – ou 59,6% do total – e 50 na rede privada (58,1%), totalizando 146 leitos ocupados. A plataforma do governo detalha, ainda, que foram disponibilizados 32 leitos de UTI Neonatal/Pediátrico, sendo 21 na rede pública e 11 na rede privada – tendo uma ocupação de 100% na rede pública e 27,3% na rede privada.

Entre os hospitais públicos, a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, o Nossa Senhora da Conceição e o governador João Alves Filho concentram, respectivamente, as maiores taxas de ocupação do Estado. Na MNSL, dos 20 leitos disponíveis, 20 estão ocupados – o que significa uma ocupação de 100%. Já no Nossa Senhora da Conceição, dos dez leitos disponíveis, nove estão ocupados. O João Alves também aparece com número alto de internados, pois dos 38 leitos de UTIs exclusivos para pacientes com Covid-19, 31 estão ocupados – o que resulta numa taxa de ocupação de 81,6%.

Rede privada

Já na rede privada a situação é um pouco mais complicada, pois das oito unidades com leitos disponíveis para o tratamento de pacientes infectados pelo novo coronavírus, quatro estão com 100% de ocupação. São eles: o Hospital Primavera, UTI/ Adulto do São Lucas, Cirurgia/Ipes e Hospital Unimed.

E basta se observar os dados referentes aos leitos de enfermaria, para um novo sinal de alerta ser ativado. Isso porque, entre as dez unidades reveladas pela plataforma do governo, com última atualização detalhada no dia 22 de dezembro, três estão com ocupação de 100%, sendo elas localizadas nos hospitais Nestor Piva e São José, em Aracaju, e no Hospital Universitário de Lagarto. O hospital Fernando Franco, também na capital, é outra unidade que desperta a atenção, pois está com 92% dos leitos de enfermaria ocupados.

Texto publicano originalmente no Jornal da Cidade, Edição deste fim de semana